A Câmara Municipal de Glicério, interior de São Paulo, aprovou, por unanimidade, a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a denúncia de intolerância religiosa contra o prefeito Ildo de Souza (PSDB). O foco da investigação é uma publicação feita por Ildo em sua conta no Facebook, na qual proferiu comentários considerados ofensivos por praticantes de religiões de matriz africana.
Na terça-feira (12), a Polícia Civil recebeu uma denúncia semelhante, também relacionada à mesma publicação. A postagem, agora removida, continha declarações que foram interpretadas como desrespeitosas e discriminatórias aos seguidores dessas religiões. Ildo afirmou, entre outras coisas, que “macumbeiros têm pacto com o diabo” e que “nunca vi macumbeiro fazer o bem”.
O registro na Delegacia de Glicério foi feito sob a alegação de “crime de ultraje a culto, sentimentos religiosos e profanação de objeto de culto”.
Em resposta à crescente repercussão do caso, o prefeito optou por apagar a postagem e emitiu um comunicado, no qual afirmou não ter tido a intenção de instigar conflitos religiosos ou debates sobre liberdade de crença.
Além de ser investigado pela Comissão Especial de Inquérito na Câmara Municipal, Ildo Souza está sujeito ao inquérito policial instaurado pela Delegacia Seccional de Polícia Civil em Araçatuba.
A denúncia, que resultou na abertura da investigação, foi feita por um professor, Paulo Javarezzi, que expressou sua indignação em uma entrevista à TV TEM. Segundo Javarezzi, ele e outros seguidores das religiões de matriz africana se sentiram profundamente ofendidos pelas declarações do prefeito. O professor enfatizou a necessidade de respeito às diferentes crenças religiosas e criticou a atitude de Ildo em rotular os praticantes como “filhos do Diabo”.
Até o momento, tanto o prefeito quanto os órgãos competentes estão conduzindo os procedimentos para esclarecer os fatos relacionados à denúncia de intolerância religiosa, sem emissão de julgamentos ou opiniões antecipadas.
Diante da repercussão, o político publicou uma nota de esclarecimento. Leia na íntegra aqui.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes