Siga nossas redes sociais
25/11/2024

Destaques

Presidente do México propõe demolir Estátua da Liberdade se Assange morrer na prisão nos EUA

Published

on

Compartilhe

López Obrador disse que vai pedir libertação do fundador do WikiLeaks a Joe Biden

Embora seja um notório crítico da imprensa e o México ser o país do mundo onde mais morreram jornalistas este ano, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, subiu ontem o tom de suas críticas aos EUA pelos processos movidos contra Julian Assange:

“Se  o levarem para os EUA e ele for condenado à pena máxima e morrer na prisão, devemos iniciar uma campanha para derrubar a Estátua da Liberdade”, disse o presidente  durante entrevista coletiva na segunda-feira (4).

López Obrador já se manifestou várias vezes oferecendo asilo ao fundador do Wikileaks. Há duas semanas, exibiu imagens dos vídeos vazados pelo site Wikileaks denunciando atos de soldados americanos em guerras para elogiar o que considera ” o melhor jornalista do nosso tempo”.

Assange no México? 

Julian Assange está preso em Londres desde 2019, depois de passar sete anos asilado na embaixada do Equador na capital inglesa. Os EUA querem extraditá-lo para que responda a processos de espionagem no país pelo vazamento de segredos militares das guerras do Iraque e do Afeganistão. Depois de uma longa batalha jurídica, o governo britânico autorizou a extradição mas a defesa ainda tenta um último recurso. 

Embora o México não tenha qualquer relação com o caso Assange, já que ele é cidadão australiano e sua defesa tem como uma das alternativas tentar levá-lo para seu país natal, as declarações do presidente do México foram compartilhadas pelos seus defensores e pelos familiares. 

Já na entrevista coletiva para jornalistas mexicanos a receptividade não foi a mesma. Nos primeiros seis meses deste ano, 12 jornalistas morreram no México — uma média de duas mortes de profissionais da imprensa por mês.

Questionado na coletiva sobre esses dados, compilados por organizações internacionais como a Repórteres sem Fronteiras (RSF) e outras que monitoram o jornalismo mundial, López Obrador ficou na defensiva: “É uma campanha de difamação contra o governo do México”, afirmou.

Ignorando os números e os constantes ataques dele próprio à mídia mexicana crítica ao seu governo, o líder do abraçou a campanha pela libertação de Assange e assim se coloca como um partidário da liberdade de imprensa. 

Uma possível condenação do jornalista do WikiLeaks, segundo López Obrador, significará que a estátua em Nova York “não será mais um símbolo de liberdade”, por isso, deve se “começar a campanha para demolir a Estátua da Liberdade que os franceses entregaram aos EUA”.

O presidente do México disse que levará o assunto da libertação de Assange para a reunião com o líder dos EUA, Joe Biden, em sua visita a Washington no dia 12 de julho.

López Obrador alega que já discutiu esse tema com o ex-presidente Donald Trump, pois é um caso em que “não pode haver silêncio”.

No mês passado, o mexicano também falou sobre a situação do jornalista preso em Londres ao comentar a decisão do Reino Unido em permitir a extradição do fundador do WikiLeaks para os EUA, onde ele pode pegar até 175 de prisão por publicação de documentos militares do país no site:

“Julian Assange é o melhor jornalista do nosso tempo no mundo e foi tratado de forma muito injusta, pior que um criminoso. Isso é uma vergonha para o mundo.”

López Obrador disse que pediria a Biden a retirada das acusações contra o australiano, pois “a humanidade deve prevalecer”. E o que o México “pode abrir suas portas a Assange” caso ele seja libertado, afirmou.

Na mesma coletiva de junho, ele ainda exibiu um trecho de um dos vídeos publicados no WikiLeaks onde um helicóptero do exército americano mata 18 pessoas, incluindo dois jornalistas, durante a guerra no Iraque:

A ideia de levar Assange para a Austrália não é nova. O pai dele empreende há muito tempo uma campanha local para mobilizar a sociedade e os políticos.

Uma opção para o fundador do WikiLeaks seria cumprir sua pena na Austrália, em vez de ir para os EUA, como oferecido pelo próprio governo norte-americano em suas garantias para a extradição do jornalista pelo Reino Unido. Ou ter as acusações contra ele retiradas e seguir para seu país de origem.

No mês passado, o PM australiano afirmou durante entrevista a repórteres que não aceitará pressão para intervir publicamente a favor do fundador do WikiLeaks.

Mas, em dezembro, quando ainda era o líder da oposição, ele disse que “não via o sentido” da “perseguição contínua” das autoridades americanas a Assange.

Fonte: CBNNEWS

Continue Reading
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.