Em 31 de outubro de 1517, o monge alemão Martinho Lutero fixou 95 teses na porta da Igreja de Todos os Santos, em Wittenberg, na Alemanha. O ato, que questionava a venda de indulgências pela Igreja Católica, marcou o início da Reforma Protestante — um movimento que mudou o rumo do cristianismo e da história europeia.
Entre 1517 e 1555, a Reforma se espalhou pelo continente, impulsionada por nomes como Ulrico Zuínglio e João Calvino. Mais do que uma ruptura religiosa, o movimento provocou profundas transformações sociais, políticas e culturais. Surgiram novas denominações, como luteranos, calvinistas e anglicanos, o que ampliou a diversidade de crenças e fortaleceu a liberdade de pensamento religioso.
O incentivo à leitura da Bíblia nas línguas locais levou à criação de escolas e aumentou a alfabetização, tornando o conhecimento acessível a um número maior de pessoas. Ao mesmo tempo, a autoridade do Papa foi abalada, e vários governos passaram a se distanciar de Roma. Essa ruptura provocou conflitos religiosos, como a Guerra dos Trinta Anos, mas também abriu caminho para o surgimento da tolerância religiosa em algumas regiões.
A Reforma ainda influenciou o comportamento e a economia europeia. A chamada ética protestante, difundida por teólogos como João Calvino, valorizava o trabalho, a disciplina e a responsabilidade individual, princípios que influenciaram o desenvolvimento do capitalismo e a organização social do Ocidente. Com o tempo, o movimento também impactou a política, contribuindo para a separação entre Igreja e Estado e para o fortalecimento de governos laicos e instituições seculares.
Mais de cinco séculos depois, a Reforma Protestante continua a influenciar o mundo moderno. As ideias lançadas por Martinho Lutero em 1517 ultrapassaram o campo religioso e ajudaram a moldar valores democráticos, a liberdade de consciência e o acesso ao conhecimento. O movimento permanece como um marco de transformação que redefiniu não apenas a fé cristã, mas também as bases da sociedade ocidental.
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