A capital do país amanheceu sob tiros nos arredores do palácio presidencial
Na manhã desta sexta-feira, 30 de setembro, Burkina Faso esteve sob ameaça de um novo golpe. O país já viveu um golpe em janeiro deste ano, quando militares tomaram o poder. A agência de notícias France24 afirmou:” Tiros foram disparados ao redor do palácio presidencial de Burkina Faso e dos quarteis militares hoje pela manhã. Muitas ruas na capital, Ouagadougou, foram bloqueadas pelas tropas e canais de televisão estatais foram tirados do ar.”
Amora (pseudônimo), uma parceira local da Portas Abertas em Ouagadougou, disse: “Os canais de televisão foram reestabelecidos temporariamente por volta das 10:30 da manhã. Depois foram suspensos novamente. A mídia afirma que o presidente está seguro, mas não é possível falar com o porta-voz do governo. Parte da cidade ainda está bloqueada pelos militares. Apesar disso, alguns civis arriscaram-se a sair. Há muita confusão e incertezas e alguns soldados nas ruas”.
Ataques de extremistas
Burkina Faso vive uma crise por causa do aumento da violência dos jihadistas que entraram no país desde 2016 pela fronteira com o Mali. O Norte, em particular, é a área mais afetada. O governo perdeu o controle de mais de 40% do território. “Ataques aumentaram desde o início de 2022, apesar da promessa da junta militar de garantir a segurança. Setembro, em particular, tem sido um mês sangrento”, relatou a France 24.
Os ataques recorrentes tornaram as circunstâncias extremamente perigosas para os cristãos que, com frequência, são alvos dos terroristas. A igreja está se deteriorando rapidamente em Burkina Faso, que ocupa a 32ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022.
Até agora não há relatos de cristãos diretamente prejudicados hoje de manhã, mas parceiros da Portas Abertas continuam atentos, em contato com cristãos locais. Burkina Faso precisa das orações da igreja brasileira. Ore para que o país restabeleça a paz e que os cristãos perseguidos no país sejam conduzidos com sabedoria e amor.
Violência contra cristãos no país
A cristã Martine é um exemplo da violência contra cristãos no país.
Em 2019, homens armados invadiram a igreja de Martine após o culto. Algumas pessoas conversavam do lado de fora quando os responsáveis pelo ataque reuniram todos. “Eles pegaram as Bíblias, o púlpito, colocaram tudo junto e atearam fogo. Então colocaram todos para a frente da igreja e levaram os homens para trás. Lá, os fizeram deitar e atiraram neles”, ela conta.
O resto da congregação ouviu apenas o barulho dos disparos. O pastor, que era pai adotivo de Martine, e cinco membros da igreja foram mortos. Em um dia, Martine perdeu pai, marido, irmão e cunhado. Após o ocorrido, Martine precisou deixar a região.
Para conhecer a história de Martine, assista ao vídeo e saiba também como ajudar.
Ajude Burkina Faso
Os ataques de extremistas destroem igrejas e deixam marcas profundas na vida de cristãos perseguidos. O objetivo é que o cristianismo desapareça do Oeste Africano. Para saber mais como ajudar, acesse o link e saiba como ajudar cristãos de Burkina Faso e da região a receberem ajuda emergencial e cuidados pós-trauma.