DA REDAÇÃO POR CRIS BELONI
A questão sobre o “milênio” é outro ponto que traz
a maior divergência entre os cristãos. Apesar das opiniões divididas, todos de
uma forma ou de outra, se encaixam dentro de uma dessas visões:
● Pré-Milenismo
Histórico
● Pré-Milenismo
Dispensacionalista
● Pós-Milenismo
● Amilenismo
● Dispensacionalismo
Progressista
PRÉ-MILENISMO
HISTÓRICO
Acredita que a segunda vinda de Cristo será antes
do milênio. Essa visão diz que os mil anos são literais e que Jesus reinará
fisicamente entre os homens. Visão defendida pelos “pais da igreja”.
PRÉ-MILENISMO
DISPENSACIONALISTA
Aqui a interpretação é literal e a simbologia é vista
de forma simples. Por exemplo: só há dois povos distintos – Israel e Igreja. As
sete dispensações, que é uma colaboração do adventismo, é dividida da seguinte
forma:
- Inocência
(Gênesis 1.1- 3-7)
- Consciência
(Gênesis 3.8- 8.22)
- Governo Humano
(Gênesis 9.1 – 11.32)
- Promessa
(Gênesis 12.1 – Êxodo 19.25)
- Lei (Êxodo 20.1
– Atos 2.4)
- Graça (Atos 2.4
– Apocalipse 20.3)
- Reino Milenar
(Apocalipse 20.4 – 20.6)
Segundo essa corrente, as dispensações não são
caminhos para a salvação, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem. O
dispensacionalismo como um sistema, resulta em uma interpretação pré-milenar da
Segunda Vinda de Cristo, e geralmente uma interpretação pré-tribulacional do
arrebatamento. Ou seja, os salvos serão arrebatados antes da tribulação, sendo
que esse arrebatamento não é considerado por todos como a segunda vinda de
Cristo.
PÓS-MILENISMO
A segunda vinda de Cristo será após o milênio. Essa
visão não acredita na literalidade milenar, mas que “mil anos” significa “um
longo período de tempo”, que o Reino de Jesus foi inaugurado através de sua obra
redentora (primeiro século) e está se desenvolvendo e prosperando no decorrer
da história, enquanto o Evangelho é pregado às nações.
Para essa corrente o milênio já começou e
corresponde à atual era da igreja. Pós-milenistas preteristas acreditam que
Apocalipse foi cumprido no primeiro século, na ocasião da destruição do 2º
Templo. É o posicionamento menos defendido pelos cristãos.
AMILENISMO
A palavra não quer dizer que não exista milênio
para essa corrente, mas sim que concorda com o pós-milenista de que não existe
um milênio literal. O que diferencia o amilenista do pós-milenista é o
pensamento de que Jesus NÃO terá um reinado físico na terra, mas que ele já
reina espiritualmente desde sua primeira vinda.
Esse “milênio” que já dura mais de dois mil anos
será encerrado com a segunda vinda de Cristo, depois disso virá a ressurreição
dos mortos, o julgamento final, novos céus e nova terra ou “estado eterno” como
alguns chamam.
Não há lugar aqui para a ideia de Jesus Cristo
reinando a partir de Jerusalém, em Israel, para todas as nações. Outro ponto
importante a ser citado é que para os amilenistas satanás já está preso, ou
seja, não tem habilidade total para enganar o ser humano como antes. De acordo
com essa perspectiva historicista, a grande tribulação já está acontecendo.
DISPENSACIONALISMO
PROGRESSISTA
A diferença dessa corrente é que ela concorda que o
Reino de Jesus já foi inaugurado no meio da história. No mais, ela segue com a
crença de que esse Reino também será cumprido plenamente no futuro, através de
um reinado mundial. Leia aqui os textos bíblicos que motivam as divergências
entre os cristãos:
Discurso
de João Batista (NVI)
“Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no
deserto da Judéia. Ele dizia: arrependam-se, porque O REINO DOS CÉUS ESTÁ
PRÓXIMO. Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: voz do que clama
no deserto, preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele.”
(Mt 3.1-3)
Discurso
de João Batista (Corrigida, Fiel ao texto original)
“E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando
no deserto da Judéia, e dizendo: arrependei-vos, porque É CHEGADO O REINO DOS
CÉUS. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: voz do que
clama no deserto, preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.”
(Mt 3.1-3)
Discurso
de Jesus Cristo (NVI)
“…o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz;
sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz. Daí em diante
Jesus começou a pregar: ARREPENDAM-SE, POIS O REINO DOS CÉUS ESTÁ
PRÓXIMO”. (Mt 4.16-17)
Discurso de Jesus Cristo (Corrigida, Fiel ao texto
original)
“O povo, que estava assentado em trevas, viu uma
grande luz; e, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, a luz
raiou. Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: ARREPENDEI-VOS, PORQUE É
CHEGADO O REINO DOS CÉUS.” (Mt 4.16-17)
Perceba que tanto o discurso de João Batista quanto
o de Jesus Cristo é o mesmo. As questões que pipocam entre os estudiosos são as
seguintes:
● O Reino dos céus estava próximo ou já tinha chegado?
● O Reino foi inaugurado espiritualmente naquele
tempo e seria finalizado com o milênio?
● O Reino estava somente sendo anunciado, mas seria
praticado no futuro?
CONCLUSÃO SOBRE DIFERENTES INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Independente dessas questões tenha focos bem
definidos, pois eles são garantidos através da Bíblia, veja:
- O Reino de Deus
veio através de Jesus Cristo, sem dúvidas. Se o nome desse Reino é ou será
“milênio” é uma questão à parte.
- Jesus voltará.
Fato!
- Para fazer parte
do Reino Dele é necessário que haja mudanças radicais em nós.
“Pois eu lhes
digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres
da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus”. (Mt 5.20)
Isso
quer dizer que Deus espera de nós muito mais que religiosidade!
“Nem todo
aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas
aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mt 7.21)
É a vontade de Deus e não a nossa. Para conhecer a
vontade Dele é necessário conhecer a Palavra e não existe outro caminho.
- Se Ele vem antes ou depois do “milênio”, de qualquer maneira, devemos estar prontos.
- Se houver arrebatamento somente os “justos” subirão, isso quer dizer que não há espaço para aqueles que estão em dúvida. Ou somos de Jesus ou não somos. Tem que haver posicionamento tanto para ir quanto para ficar.
- Se não houver arrebatamento antes da Grande Tribulação, quer dizer que os vivos terão de enfrentar grandes dificuldades. Isso implica em manter a fé até o final. Seja firme!
“Então virá o
fim, quando ele entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo
domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os
seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser
destruído é a morte.” (1 Co 15.24-26)
Até a próxima edição!