Nesta quarta-feira (22) começou o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos onde eles jejuam e se envolvem mais ativamente com a fé. Neste mesmo período, que terminará em 21 de abril, os cristãos em países de maioria muçulmana temem por ataques e aumento da violência.
A Missão Portas Abertas, que acompanha e apoia os cristãos perseguidos no mundo, pede oração pelos irmãos que se tornam alvos de ataques durante o mês sagrado para o Islã.
“Ore pelos cristãos secretos que precisam se esconder na escola, no trabalho, entre os amigos e até mesmo dentro de casa. eça ao Senhor que as igrejas se mantenham fortes e tenham sabedoria para resistir durante o Ramadã”, diz um comunicado.
Crianças forçadas a jejuarem
Zahid (pseudônimo) é um menino cristão de sete anos que vive em um país de maioria muçulmana na Ásia Central. Desde que os pais se separaram, ele mora com a mãe, uma cristã. No entanto, o pai, muçulmano, considera o filho muçulmano e exige que ele obedeça a sharia, por isso Zahid vive como cristão secreto.
“Eu moro com minha mamãe. Ela disse que não é seguro contar para outras pessoas que sou cristão. Eu preciso fingir que sou muçulmano. Eu não entendo, mas sei que a mamãe quer o meu bem”, conta o pequeno Zahid.
“A época do Ramadã é a mais difícil para mim”, diz o menino. Para garantir que o filho cumprisse o jejum do Ramadã, o pai de Zahid prometeu que cada dia de jejum seria recompensado com dinheiro. Zahid se empolgou com a proposta e parou de comer e beber água durante o Ramadã.
Nem sempre Zahid conseguia suportar a fome. A mãe escondia pequenos lanches na mochila para que ele pudesse comer escondido. “Eu só podia comer no banheiro. Ali era tão sujo, mas eu não tinha outra escolha.” Zahid também bebia água da torneira do banheiro e chegou a ficar doente por causa da água, mas preferia a náusea a ser perseguido na sala de aula.
Redação Exibir / Leiliane Lopes