A Câmara Municipal de Cáceres, interior do Mato Grosso, foi palco de uma discussão envolvendo grupos pró-LGBTQ+ e evangélicos.
No dia 11 de abril, pastores, lideranças evangélicas e fiéis se reuniram na Câmara para protestar contra o projeto de lei que visa instituir o Dia do Orgulho LGBTQIA+ na cidade.
Os religiosos levaram faixas com palavras como “Família a base da sociedade”, “Deus, família e pátria”, “Em defesa da família” e outros.
Os parlamentares conservadores daquela cidade são contra a aprovação do projeto de lei por entender que já há no calendário nacional, sendo comemorado no dia 28 de junho.
As palavras usadas pelos críticos do texto, porém, foram consideradas homofóbicas. “Esse Dia do Orgulho Gay não há necessidade alguma. Eles querem esse projeto para nesse dia fazer farra dentro das escolas com as nossas crianças”, disse um dos pastores.
“Sou contra o movimento LGBTQIA+. Não acho que eles tenham que se sobresair na sociedade. Sou uma mulher negra […] e sou a favor da Pátria, Família e Liberdade”, defendeu uma jovem. As informações do RD News.
Por conta disto, nesta segunda-feira (8), a Câmara de Cáceres emitiu uma nota pedindo desculpas para a comunidade LGBTQ+. O caso também será investigado pelo Ministério Público e os pastores que participaram da sessão poderão ser processados pelo crime de homofobia.
Nota de Desculpas na íntegra:
A Câmara Municipal de Cáceres vem a público, por meio desta nota de esclarecimento, manifestar que não compactua e é contra qualquer tipo de preconceito, seja ele de natureza de gênero, racial, etnia ou cor, religião ou crença. Tal esclarecimento, acompanhado de um pedido de desculpas, se dá em consideração dos fatos ocorridos na Reunião realizada na Casa de Leis, pela Associação Igrejas Unidas por Cristo, em que indevidas declarações ofensivas foram proferidas contra à dignidade das pessoas pertencentes a Comunidade LGBTQIA+. Diante da situação, a Câmara de Cáceres mais uma vez reforça que é contra qualquer tipo de preconceito e vem respeitosamente perante a todos os membros da Comunidade LGBTQUIA+, e demais pessoas ou autoridade que se sentiram ofendidas com os discursos proferidos na referida reunião, apresentar formalmente pedido de escusas (desculpas) por eventuais ofensas ali ocorridas.
Exibir Gospel /Leiliane Lopes