O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) criticou, nesta semana, a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. Após se posicionar contra o resultado da ação, o parlamentar passou a ser atacado nas redes sociais e rotulado como “pastor comunista”.
“Eu sempre separo o que é direita e o que é a direita bolsonarista. Está ficando muito claro para as pessoas das comunidades que a direita não tem empatia ou preocupação nenhuma com quem vive a realidade da comunidade”, afirmou o deputado, que é pastor evangélico e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Otoni disse que não aceita ser criticado por dialogar com parlamentares de esquerda. “Sou deputado federal, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, e agora não posso mais aparecer ao lado de deputados de esquerda? Sou livre para dialogar.”
Segundo ele, a postura da direita diante das operações nas favelas afasta os moradores. “A direita está jogando as favelas no colo da esquerda. Se não quiserem agir por empatia ou por sinceridade, que hajam por inteligência. Hoje, 70% da nossa cidade é tomada pelas comunidades. Bairro já virou comunidade”, declarou.
Otoni também destacou o papel das igrejas evangélicas nas áreas mais pobres do Rio. “A igreja evangélica é o grande muro de contenção da barbárie. Dentro da comunidade, se não houvesse a igreja evangélica com a capilaridade, empatia, palavra humanizada que ela tem, teríamos hoje barbáries muito maiores”, afirmou.
Para ele, a presença das igrejas é essencial. “É ela que leva o social, que divide o pão dentro da comunidade.”
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