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25/11/2024

Estudo

Anticorpos ficam mais fortes 6 meses após Covid-19, diz estudo brasileiro

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Pesquisa foi publicada na revista Nature, uma das publicações científicas mais importantes do mundo

Um estudo feito por pesquisadores brasileiros em parceria com a Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, mostrou que a imunidade de pacientes que já foram infectados pelo Sars-CoV-2 pode durar pelo menos seis meses. Além de terem ficado mais potentes após a doença, os anticorpos de ex-pacientes de Covid-19 também demonstraram maior capacidade de combater mutações do vírus.

A pesquisa, publicada nesta segunda-feira (18/1) no periódico científico Nature, analisou 87 pessoas que tiveram Covid-19 com idades entre 18 e 76 anos. Os pesquisadores observaram que os níveis das células B de memória, responsáveis por reconhecer o vírus e criar anticorpos para enfrentá-lo, permaneceram estáveis durante os seis meses pós-infecção, o que indicaria que a imunidade permaneceu ativa durante este período.

Após seis meses, os anticorpos não só estavam mais potentes que os desenvolvidos no início da infecção, como também conseguiram reconhecer versões mutantes do vírus. “Os anticorpos melhoraram em termos de potência e diversidade. Eles conseguiram neutralizar diversas variações da corona [a ‘coroa’ do coronavírus]”, explicou Julio Cesar Lorenzi, um dos líderes do estudo.

Por meio de ensaios de laboratório (in vitro), os cientistas constataram que os anticorpos criados pelas células B também demonstraram maior potência no enfrentamento do vírus em casos de reinfecção.

De acordo com o pesquisador, os resultados demonstram que os pacientes podem ser capazes de controlar uma eventual reinfecção. Isso porque, após reconhecerem o antígeno (uma parte do vírus) pela primeira vez, as células B passam por mutações que fazem com que elas identifiquem uma nova infecção pelo vírus mais rapidamente e atuem com mais força.

Outro fato que pode ter ajudado o organismo dos participantes da pesquisa a reconhecerem o coronavírus foram proteínas virais encontradas no intestino de 14 pacientes. A exposição do corpo aos pedaços do vírus teria aumentado a resposta das células B.

Os pacientes não apresentaram aumento no nível de anticorpos durante os seis meses da pesquisa, o que indicaria que nenhum deles foi reinfectado pelo coronavírus.

Ainda não há dados suficientes para explicar porque algumas pessoas são reinfectadas pelo coronavírus e outras não. Uma hipótese, segundo Lorenzi, é que pessoas que tiveram uma infecção original mais branda seriam incapazes de gerar uma resposta imune necessária.

Fonte: https://www.metropoles.com/saude/

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