Leandro Tarrataca*
“No dia em que completei 27 anos, tive que sair do trabalho
mais cedo porque não conseguia parar de chorar por envelhecer.” – Esse foi
o comentário de uma jovem que sofre do distúrbio conhecido como gerascofobia,
literalmente medo de envelhecer.
Especialistas de
saúde mental consideram alarmante um estudo de 2017 que apontou 30% das
mulheres com menos de 35 anos usando regularmente produtos anti-rugas.
Esse medo não é
apenas por conta das inevitáveis mudanças físicas, mas a ansiedade por conta
das indesejáveis mudanças, pessoas queridas vão partir, pais, amigos e
relacionamentos serão apenas uma lembrança. Talvez a pergunta inquietante seja:
Valeu a pena?
Bem, se desejamos que
a jornada de envelhentar nos traga qualquer significado precisamos entender o
propósito da jornada.
A jornada não se
trata de colecionar rugas e cabelos brancos, tão pouco acumular bens, títulos e
prestígio efêmero, mas amadurecer! Se envelhecer é a nossa inevitável jornada,
amadurecer é uma escolha libertadora e de profunda realização. O que é
amadurecer?
Ter caráter, honrar
compromissos por longo termo, não se abater com críticas ou enfatuar-se com
elogios, ser humilde, sábio e grato. A melhor definição de maturidade? Ser como
Cristo! Encontramos essa pérola na carta de Paulo aos Colossenses:
“12Epafras, que
é um de vocês e servo de Cristo Jesus, envia saudações. Ele está sempre
batalhando por vocês em oração, para que, como pessoas maduras e plenamente
convictas, continuem firmes em toda a vontade de Deus.” (Cl 4:12)
Saltam aos olhos
nessa descrição da prece de Epafras dois pontos: “maduras” e
“vontade de Deus”.
É a vontade de Deus nossa maturidade, não podemos nos dar ao
luxo do desperdício do recurso não renovável, o tempo. Decida hoje não apenas
envelhecer, mas amadurecer, pois quem amadurece sabe que a jornada valeu a
pena.
*Leandro Tarrataca é pastor, mestre e doutor em Teologia.