Propostas em tramitação e leis aprovadas pela Assembleia Legislativa de São Paulo tratam do tema
Junho é o mês escolhido para ampliar o debate sobre a prevenção e o tratamento da anemia e da leucemia, doenças que estão relacionadas a alterações genéticas ou deficiências no sangue.
A anemia é uma condição na qual a quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos estão abaixo do normal, causando uma redução do fluxo de oxigênio para os órgãos. As causas da anemia podem ser a falta de nutrientes como ferro e vitamina B12, hemorragias agudas ou a falha da produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.
Palidez, cansaço, falta de apetite e tontura são alguns dos sintomas da doença que atinge até 30% da população mundial, como estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já a leucemia caracteriza-se pela produção descontrolada de glóbulos brancos no sangue, que acabam se acumulando na medula óssea e substituindo as células saudáveis.
No Brasil, estima-se que 11 mil brasileiros são diagnosticados com leucemia por ano, número que coloca a patologia entre os principais tipos de câncer de sangue no país.
Apesar da anemia ser um dos sintomas da leucemia, isto não significa que o quadro de anemia se desenvolva para o câncer, e sim, que indique a presença dele. Infecções frequentes, sangramentos e perda de peso são outros indicativos da doença.
O tratamento da leucemia busca destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células saldáveis. Esse tratamento pode envolver quimioterapia e em alguns casos o transplante de medula óssea.
Linfomas, anemias graves, imunodeficiências e osteoporose são algumas das doenças que também podem ser tratadas através do transplante de medula óssea. Por isso, uma das reivindicações da campanha Junho Laranja é também conseguir engajar novos doadores.
Na Alesp
Sancionada em 2019, a Lei 17.207/19, de autoria do deputado Thiago Auricchio (PL), oficializou no Estado de São Paulo a campanha “Fevereiro Laranja”, para a promoção de ações de conscientização sobre o diagnóstico precoce e o tratamento da leucemia em São Paulo, ressaltando a importância da doação de medula óssea.
“O poder público tem a função de garantir o bem-estar do indivíduo, mediante a adoção de políticas públicas que promovam a redução do risco de doenças e outros agravos, bem como a promoção e preservação de sua saúde”, justificou Auricchio.
Outra proposta que tem como objetivo ressaltar a importância da doação é o Projeto de Lei 79/21, de autoria do deputado Murilo Félix (PODE), que garante o atendimento preferencial em estabelecimentos comerciais a doadores de medula óssea.
O deputado diz que protocolou o projeto ao acompanhar os números do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). “Apesar do crescimento significativo no quadro de doadores nos últimos anos, esse número precisa aumentar ainda mais devido à dificuldade de localizar um doador compatível”, afirmou.
Murilo Félix afirma que a proposta se baseia em resultados alcançados por Estados Unidos e Alemanha, países com o maior número de doadores cadastrados no mundo.