A Igreja da Natividade, em Belém, espaço sagrado para milhões de cristãos em todo o mundo, encontra-se vazia e silenciosa este ano durante a época natalina. Um lugar que normalmente atrai milhares de fiéis está agora no centro de uma situação marcada pela ausência de celebrações devido a conflitos antigos e atuais na região.
O padre Issa Thaljieh, ao receber uma equipe de reportagem do Global News, expressou pesar pela situação, afirmando que estão de luto e entristecidos pelo que está ocorrendo. Ele destaca o desejo de orar pela paz e pelo amor, uma mensagem que este ano é transmitida em meio ao completo silêncio.
Tradicionalmente, a Praça da Manjedoura, em frente à igreja, seria o epicentro das celebrações natalinas. No entanto, nem mesmo a pandemia de COVID-19 teve o impacto que a atual situação de conflito trouxe para a área.
Por conta da guerra entre Hamas e Israel, as festividades foram canceladas, deixando a praça vazia, sem árvores, luzes ou presépios. Artesanatos feitos à mão aguardam em prateleiras de lojas, sem clientes para apreciá-los.
Rony Tabash, dono de uma loja local, descreveu a cena como um deserto, algo nunca antes visto em Belém. O cancelamento das celebrações natalinas é apenas uma parte de um quadro mais amplo de conflitos na região, que afetam não apenas Belém, mas também áreas como Gaza.
Gaza, lar de cerca de mil cristãos, testemunhou recentemente uma tragédia: uma mãe e sua filha buscando abrigo na única igreja católica local foram mortas no último fim de semana. Autoridades católicas afirmam que foram vítimas de disparos por parte de um atirador israelense.
Enquanto isso, na Cisjordânia, cerca de 50 mil cristãos enfrentam uma realidade marcada pela diminuição de suas comunidades. Apesar disso, alguns resistem à ideia de deixar suas terras. O padre Thaljieh, por exemplo, expressa seu compromisso em manter a comunidade cristã em Belém, rejeitando a transformação da igreja em um museu.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes
