Huma Younus. (Crédito da imagem: Ajuda à Igreja Que Sofre)
PAQUISTÃO – Uma adolescente cristã sequestrada e forçada a
se casar com um muçulmano no Paquistão agora está grávida e confinada a um quarto,
disse o advogado da família. Huma Younus, 15, foi sequestrada em outubro
passado e forçada a se converter ao islamismo antes de ser obrigada a se casar
com Abdul Jabbar.
Ela disse à família por telefone que ficou grávida depois de
ter sido repetidamente estuprada por seu sequestrador, relata a Ajuda à Igreja
que Sofre (ACN, sigla em inglês). Tabassum Yousaf, advogado da família, disse à
ACN: “Perguntado pelo pai se ela poderia sair da casa do sequestrador e
retornar à casa dos pais, ela disse a ele que ela disse a ele que não podia
sair de casa e que sua vida se tornou ainda mais difícil, pois agora ela está
presa dentro das paredes de um quarto”.
Huma foi sequestrada na sua casa por três homens, em Karachi
em outubro de 2019. Os homens esperaram que seus pais deixassem a casa antes de
levar a jovem à força. Ela teria sido levada para Dera Gazi Khan, uma cidade na
província de Punjab, no Paquistão, a mais de 500 quilômetros de sua casa.
Seus pais estão lutando por sua liberdade e tentaram
contestar o casamento no tribunal, argumentando que era inválido sob a Lei de
Restrição ao Casamento Infantil Sindh porque Huma é menor de idade.
A lei em questão foi aprovada há quase seis anos, em um
esforço para impedir o casamento forçado de menores na província. A prática é
predominante entre aqueles que têm como alvo meninas hindus e cristãs, de
acordo com vários meios de comunicação.
Mas em uma decisão surpreendente em fevereiro, o Tribunal
Superior de Sindh, em Karachi, apoiou o seqüestrador ao decidir que os homens
podem se casar com meninas menores de idade, desde que tenham tido seu primeiro
ciclo menstrual. Yousaf disse que os pais de Huma receberam ameaças de morte do
irmão de Jabbar, Mukhtiar, membro da divisão Rangers das forças de segurança
paquistanesas. “Esse mesmo homem, Mukhtiar, acrescentou em mensagens de áudio
que, mesmo que todos os cristãos se unissem para trazer Huma de volta, ele
mataria os pais dela e qualquer um que tentasse ajudá-los”, disse Yousaf.
A família está recorrendo da decisão do Tribunal Superior de
Sindh, mas uma audiência já foi adiada devido ao coronavírus. Yousaf teme que o
caso de Huma seja submetido a atrasos repetidos até os 18 anos, após os quais é
improvável que seja ouvido.
Ele disse que esse era um problema comum em casos envolvendo
minorias religiosas e que se Huma fosse uma menina muçulmana menor de idade, as
autoridades paquistanesas agiriam imediatamente para corrigir o erro. “Justiça
atrasada é justiça negada, portanto, todo atraso no julgamento da defesa dos
direitos das minorias religiosas representa uma negação desses direitos”, disse
Yousaf. “O tribunal atrasou e continua atrasando a justiça em nome de Huma,
apenas porque ela é uma garota cristã menor de idade”.
O Paquistão é um dos maiores países islâmicos do mundo. Com
96% de muçulmanos, apenas 2% da população é cristã.
A grande maioria dos cristãos vive na província de Punjab,
onde ocorre a maioria dos incidentes de perseguição. A pronvíncia de Sindh,
perto de Punjab, também tem se tornado notória por trabalho forçado, o que
afeta muitos cristãos.
Além da opressão islâmica, outro tipo de perseguição
existente no país é corrupção e crime organizado. A corrupção é desenfreada em
todos os níveis do governo e no exército, que tem investimentos em vários
campos econômicos. Ore pelo Paquistão, que é o 5º colocado na Lista Mundial da
Perseguição 2020.
*Com informações de CBN News