A CPMI do INSS revelou, nesta segunda-feira (3), que a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) repassou mais de R$ 300 mil para familiares do deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM). Os valores teriam sido pagos por meio de duas empresas que receberam recursos da entidade. Durante a sessão, o presidente da CBPA, Abraão Lincoln Ferreira, acabou preso em flagrante por falso testemunho.
Segundo o relator da CPMI, senador Alfredo Gaspar, as investigações apontam que a empresa Network recebeu R$ 1,9 milhão da confederação, parte dos quais chegou à Fundação Boas Novas, presidida pelo pastor Jônatas Câmara, irmão do deputado. Também foram identificados repasses de R$ 37 mil para Heber Tavares Câmara, R$ 146 mil para Milena Câmara e R$ 9 mil para o próprio Silas Câmara. Outra empresa, a Conektah Estratégias Digitais, teria repassado mais R$ 37 mil ao filho do parlamentar.
Em nota divulgada nesta terça-feira (4), Silas Câmara repudiou as citações ao seu nome e de seus familiares. Ele afirmou que “não existe qualquer irregularidade” e que todos os contratos mencionados são “legais, transparentes e devidamente comprovados”. O deputado também declarou que não teve participação direta nas negociações e que os documentos que comprovam a legalidade das operações estão disponíveis.
Durante o depoimento, Abraão Lincoln Ferreira admitiu conhecer o deputado, mas permaneceu em silêncio na maior parte da sessão, alegando direito constitucional. O presidente da CBPA não esclareceu quais serviços foram prestados pelas empresas envolvidas, mas disse que Milena Câmara, filha do parlamentar, atua como advogada da confederação.
Após a insistência dos parlamentares e a constatação de contradições, Ferreira foi preso em flagrante por falso testemunho. As investigações sobre os repasses continuam sob análise da CPMI do INSS.
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