Descoberta de fóssil encravado em rocha. (Foto: Reprodução/JP)
ARGENTINA – Uma descoberta recente de fósseis trouxe mais
peso à narrativa bíblica, contada no livro de Gênesis. O novo estudo publicado
na revista Science Advances na quinta-feira (21) sugere que, em um determinado
período, as cobras podem ter tido pernas.
O fóssil em questão pertencia a uma criatura chamada
“Nahash”, que possuía duas patas traseiras, e foi descoberto na província de
Rio Negro, na Argentina, segundo o Jerusalem Post.
Na história bíblica que narra a “queda”, após a decisão de
Adão e Eva de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Deus
condenou a serpente. “Porque você fez isso, você está amaldiçoada acima de
todos os animais e todos os animais selvagens. Você vai rastejar de barriga e
vai comer pó todos os dias da sua vida”, disse o Senhor.
Muitos estão argumentando que a descoberta apoia a ideia de
uma cobra “rastejando” em vez de deslizar e que a criatura pode ter tido pernas
antes de ser amaldiçoada por Deus. Enquanto a serpente é retratada no início da
Bíblia, uma figura satânica também é mencionada no final, em Apocalipse 12:9 e
20:2, como “a serpente antiga”.
Um artigo da organização criacionista “Answers in Genesis”
detalha mais a questão para saber se a serpente era ou não uma criatura com
pernas. “Ao olhar para Gênesis 3:13–15, não há indicação direta de que a
serpente tenha pernas, apenas que sua maldição estaria no seu ventre”, escreve
Bodie Hodge, que chefia o Museu da Criação.
“Mas em Gênesis 3: 1, temos uma pista de que a serpente
provavelmente foi classificada como uma fera do campo, e é provavelmente por
isso que as feras do campo também foram mencionadas em 3:14”, explica.
Hodge acrescentou que “o que torna isso um problema é que se
tratava de um animal terrestre e / ou réptil voador em geral – portanto,
movia-se voando, rastejando ou com apêndices”. “Se já rastejava, qual era o
objetivo da maldição e por que compará-la às criaturas que tinham pernas em
Gênesis 3:14?”, perguntou ele.
“Independentemente de se tratar de um animal do campo, a
serpente era de fato um animal terrestre e capaz de se locomover no Jardim do
Éden e no campo”, diz.
100 milhões de anos – A descoberta não corresponde
exatamente àqueles que defendem uma visão do criacionismo como “terra jovem”,
como o Answers in Genesis, já que os especialistas estimam que os fósseis
recém-descobertos tenham cerca de 100 milhões de anos.
Houve algumas descobertas de cobras de pernas no passado.
David Martill, professor de Paleobiologia da Universidade de Portsmouth, estava
dando uma volta pelo Museu Bürgermeister Müller em Solnhofen, Alemanha, quando
um “fóssil desconhecido” chamou sua atenção.
Martill “viu um pequeno espécime com um corpo longo e
sinuoso, cheio de costelas e 15 centímetros do nariz à cauda”, relatou a
National Geographic. “Parecia uma cobra. Mas estava preso em rochas incomuns.”
“Se minha mandíbula já não tinha caído o suficiente, naquele momento caiu no chão”,
disse o professor.
“E eu olhei mais de perto e um pequeno rótulo dizia: ‘fóssil
desconhecido’. Eufemismo!… Nenhuma cobra foi encontrada com quatro pernas. Esta
é uma descoberta única na vida”, afirmou Martill, que deu nome à criatura de
“Tetrapodophis”, uma cobra de quatro patas.
*Com informações de Jerusalém Post e FaitWare