Afeganistão concorda em libertar 400 prisioneiros do grupo extremista islâmico, Talibã. (Foto: Reprodução)
AFEGANISTÃO – O governo afegão anunciou na sexta-feira (14) ter dado início à liberação de 400 prisioneiros do Talibã, entre eles autores de atentados com mortes. Esta era a condição imposta pelos islamistas para começar as negociações de paz.
O primeiro grupo, composto por 80 pessoas, foi libertado na quinta “a fim de acelerar os esforços para as negociações de um cessar-fogo nacional e duradouro”, como informou pelas redes sociais Javid Faisal, porta-voz do conselho de segurança nacional afegão.
O presidente Ashraf Ghani autorizou as libertações em uma medida assinada na última segunda-feira (10) durante uma sessão da Loya Jirga, uma assembleia consultiva.
O governo não informou quando os outros 320 prisioneiros ganharão a liberdade. O Talibã ainda não se pronunciou.
Acordo de cessar-fogo
Espera-se que o governo afegão e os insurgentes comecem negociações pela paz esta semana em Doha, Catar, segundo diplomatas ocidentais.
O presidente Ghani quer que o Talibã se engaje a um cessar-fogo completo, o que até o momento não foi dito pelos insurgentes explicitamente.
Vários envolvidos em ataques com mortes estão entre os prisioneiros na lista para serem libertados, entre eles os autores do ataque de caminhão cometido em 2017 perto da embaixada alemã. O ataque matou mais de 150 pessoas, e foi o que fez mais vítimas fatais no país desde a derrubada do regime Talibã em novembro de 2001.
Na última década, estima-se que mais de 100.000 civis perderam a vida ou ficaram feridos em ataques do Talibã.
Em fevereiro, a administração de Donald Trump fechou um acordo com o grupo insurgente em que se comprometia a retirar progressivamente o exército norte-americano do território. Atualmente cerca de 8.600 soldados dos EUA estão no país.
Há menos de três meses da eleição presidencial nos Estados Unidos, Donald Trump quer materializar sua promessa de acabar com uma guerra iniciada após os ataques de 11 de setembro de 2001.
*Com informações da agência Reuters