Em julho de 2025, o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) publicou uma análise sobre o documentário Apocalipse nos Trópicos, lançado na Netflix e dirigido por Petra Costa. A cineasta, indicada ao Oscar por Democracia em Vertigem, retrata a influência da fé evangélica no cenário político brasileiro, com destaque para os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o IBDR, o filme adota uma postura preocupante ao associar religião a autoritarismo. “Religião é associada à irracionalidade; a irracionalidade, ao autoritarismo; e o resultado é uma equação que iguala fé cristã à ameaça autoritária”, afirma o instituto. Eles criticam o que chamam de “silogismo precário” que, para eles, não resiste a uma análise filosófica séria.
A entidade também aponta que o crescimento dos evangélicos é tratado como uma ameaça. “A simples constatação de que os evangélicos representam mais de 30% da população brasileira é tratada com preocupação”, afirma o texto, que vê nesse incômodo uma tentativa de excluir cristãos da vida pública.
O documentário, que utiliza metáforas apocalípticas e trilha sonora dramática, é acusado de reforçar estereótipos. “Crentes são retratados como manipulados, alienados, perigosos — enquanto a Bíblia aparece como instrumento de guerra cultural”, destaca o IBDR.
Por fim, o instituto questiona os defensores da democracia que se mostram incomodados com a presença da fé no debate político: “Por que os mesmos que sempre falaram em nome da democracia parecem tão incomodados com a presença de cristãos na vida pública?”
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