Minorias religiosas / Foto: Reprodução
IRÃ – No início de junho, o governo iraniano proibiu membros
de minorias religiosas de ensinar em creches iranianas (excelo em escolas especiais,
em que todas as crianças sejam dessa minoria). O decreto vem seguindo uma vasta
lista de atos de perseguição, principalmente ao cristianismo no país, que tem
violado os acordos internacionais de respeito à religião e crença.
Na semana passada, um conselheiro
presidencial, Aliakbar Gorji Azandaryani, defendeu os direitos das minorias
religiosas no Irã. Seus comentários foram publicados em dois artigos em um site
do governo.
Em primeiro lugar, ele pediu ao governador da Província do
Azerbaijão Ocidental que investigasse por que a igreja assíria em Tabriz foi
fechada à força no mês passado e sua cruz foi removida da torre da igreja.
Posteriormente, ele também questionou a legalidade do
movimento da Organização do Bem-Estar Social do Irã, também no mês passado,
para proibir professores de minorias religiosas de trabalhar em creches.
Sobre o fechamento da igreja em Tabriz, Azandaryani disse
que tinha “sérias dúvidas sobre a legalidade”, referindo-se aos artigos 9, 19,
20, 26, 36 e particularmente 13 da constituição iraniana, que afirma que as
minorias religiosas são reconhecidas e livres para atuar em suas cerimônias
religiosas. “Portanto, tal ordem é uma violação clara da constituição e dos
direitos da minoria religiosa reconhecida”, disse.
Ele acrescentou ainda que o movimento também foi contra
várias das disposições da Carta dos Direitos do Cidadão do Irã, que o
presidente Rouhani lançou em 2016, e pediu ao governador da Província do
Azerbaijão Ocidental “fazer tudo o que puder para descobrir os detalhes deste
caso, incluindo as razões de fundo para a tomada da igreja e da autoridade que
emitiu a ordem”.
Azandaryani também atentou à exclusão de professoras de
minorias igual, referindo-se a vários artigos da Constituição iraniana e da
Carta dos Direitos dos Cidadãos ao afirmar que a considerava ilegal.
Em particular, ele tomou nota da Constituição que concede a
todos os cidadãos o direito de ter “emprego de sua própria escolha, sem
preconceito ou discriminação”. Portanto, ele disse que “espera-se que a declaração
seja retirada e que o público esteja ciente das ações tomadas” contra os
responsáveis.
Essas ações, segundo observadores locais, podem não ter um
grande impacto junto ao presidente do Irã, mas levanta a questão junto aos
demais conselheiros do país, e também ao público que já está tão acostumado a
desmandos desse gênero no Irã.
O Irã é o 9º país da Lista Mundial da Perseguição 2019 e
vem, há muitos anos desrespeitando os direitos de minorias religiosas, com a
invasão de cultos em igrejas domésticas, como a prisão de líderes cristãos.
A Portas Abertas lançou recentemente uma campanha de cartas
para alguns desses líderes que estão presos. Para saber como participar dessa
campanha e enviar uma mensagem de encorajamento a esses líderes, acesse:
https://www.portasabertas.org.br/artigo/cartao
*Fonte: Portas Abertas