Escola de samba retrata Jesus como negro, índio e com corpo de mulher
A Mangueira está sofrendo com críticas de grupos ultrareligiosos desde que divulgou seu enredo para o Carnaval 2020. “A verdade vos fará livre”, título do samba. Nesta sexta-feira (17), uma organização publicou um vídeo em que um senhor critica a escola e anuncia um abaixo-assinado contra a presença de uma mulher representando de Jesus.
Para ele, só imaginar Jesus como uma mulher “ataca a face sagrada de Nosso Senhor Jesus Cristo”. O vídeo ainda ataca a tentativa da escola, de propagar a imagem de Cristo, de modo que possa representar os mais pobres.
“A pretexto de exaltar as pessoas mais humildes, conspurca a figura do Homem-Deus!”, critica.
A Mangueira promete apresentar várias facetas para a imagem de Jesus durante seu desfile e garante que vai emocionar a Marquês de Sapucaí.
Foto: Wallace Barbosa/AgNews
Ainda assim, contra as diretrizes do Papa Francisco, que promove a imagem de amor e a mensagem de humildade e devocão de Jesus, setores radicais da Igreja Católica, como o ultraconservador Instituto Plínio Córrea de Oliveira, abominam a ideia de a sociedade enxergar outras formas de imaginar Jesus, que não seja a consagrada pelo homem branco de olhos claros.
“No fundo, mostra essa visão que quer mostrar o Jesus Cristo dos excluídos, que quer quebrar a visão colonizadora da Igreja!”, alega o autor do manifesto, ao criticar a Teoria da Libertação, braço liberal da Igreja Católica, que democratiza o acesso à palavra de Deus em lugares onde a instituição ainda não havia chegado.
Frederico Viotti, autor do vídeo contra a Mangueira
Foto: Reprodução/YouTube
Com informações Folha, Famosando, G1