O papa Francisco deu uma declaração polêmica sobre as igrejas evangélicas brasileiras durante uma entrevista onde ele falou sobre diversos assuntos ao jornalista argentino Jorge Fontevecchia, incluindo o crescimento dos evangélicos e o declínio do catolicismo.
Em parte do programa, o apresentador do “Periodismo Puro” faz a seguinte pergunta: “A que você atribui o crescimento das igrejas evangélicas no mundo? Isso indica de alguma forma uma falta de representação da Igreja Católica em alguns setores?”
O líder da Igreja Católica então responde: “Uma piada. Tive duas reuniões aqui, quando o presidente Lula estava preso, com o pessoal dele, um grupo que trabalhava para a libertação dele. O chefe era o Celso Amorim e numa dessas reuniões veio uma teóloga brasileira, uma senhora de 45 anos, protestante, luterana, e no final falamos um pouco. Eu disse a ela: “Diga-me, como você lida com a questão dos deputados da Igreja do Reino de Deus?” E ela respondeu: ”Aquela Igreja do Reino de Deus não é evangélica, é demoníaca, porque é política. Eles usam o povo, tudo é pago lá, todo mundo é forte e de alguma forma eles buscam o poder.” Aquela mulher distinguiu para mim o que é uma religiosidade verdadeiramente religiosa e o que é uma religiosidade política”.
Seguindo seu raciocínio, o papa completou essa questão de ser uma igreja religiosa ou um grupo político. “Acho que, em grande parte, essa divisão no Brasil tem que ser feita para se ter uma boa noção do que é político e do que é religioso. Existem movimentos religiosos que não são religiosos; são políticos. E há movimentos religiosos que são religiosos e não é fácil discernir”.
Por fim, ele ainda reafirmou a visão da Igreja Católica sobre os protestantes, a quem eles consideram como seitas. “Mas [essa divisão] deve ser feita hoje em dia com o que você chamou de seitas evangélicas, movimentos evangélicos, em que alguns são religiosos e outros não são”.
Redação /Leiliane Lopes