Em um artigo publicado na Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (15), a psicóloga, psicanalista e doutora em teologia Karin Kepler Wondracek ensina como diferenciar o evangélico autêntico do evangélico fake. Ela usa metáforas bíblicas de “sal” e “luz” para explicar como a fé pode impactar a sociedade de forma positiva ou negativa.
Segundo Wondracek, o sal simboliza a capacidade de dar sabor, conservar o que é bom e curar. O evangélico autêntico busca melhorar a sociedade e aliviar o sofrimento das pessoas. Já o excesso de sal pode ser prejudicial, quando líderes exploram os fiéis ou quando discursos religiosos aumentam preconceitos.
A metáfora da luz, por sua vez, aponta para a responsabilidade de iluminar a sociedade com justiça, paz e acolhimento. Porém, Wondracek alerta para os riscos do “ofuscamento”, quando grupos religiosos se consideram donos da verdade, excluindo outros saberes e culturas.
Ela cita Freud e o pastor Oskar Pfister para destacar como líderes podem explorar a angústia social para manipular seus seguidores. Essas práticas, segundo a autora, deformam a essência do Evangelho e ampliam a alienação, afastando as pessoas do verdadeiro propósito cristão.
Wondracek também critica a postura de líderes que “privatizam” a luz recebida, restringindo o bem apenas ao seu círculo. Para ela, um sistema religioso que não contribui para a coletividade se torna insípido e irrelevante.
Por outro lado, o evangélico autêntico reconhece suas falhas e busca viver de acordo com o amor de Cristo. Ele não condena os outros, mas age com compaixão e humildade, transmitindo o “bom perfume de Cristo“, como ensina o apóstolo Paulo.
A autora conclui que as palavras são importantes, mas não suficientes para identificar um cristão verdadeiro. O que importa são as ações que refletem o amor de Deus. Ela espera que essas reflexões ajudem a sociedade a reconhecer os que realmente vivem a fé cristã.
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