Um vídeo gravado no domingo (26), em Porto Alegre (RS), tem gerado intensa polêmica nas redes sociais. As imagens mostram um homem com uma coroa de espinhos colorida nas cores da bandeira LGBTQ+ realizando uma performance de striptease durante o evento Bloco da Laje, coletivo teatral carnavalesco da cidade.
Na apresentação, o artista tira toda a roupa, ficando apenas de sunga com as mesmas cores, enquanto o público canta “Vamos tirar Jesus da cruz”. Em seguida, ele se lança na multidão de braços abertos, simulando uma crucificação. O ato, realizado durante a música “Pregadão”, tem sido considerado ofensivo por cristãos e lideranças religiosas.
Diante da repercussão, o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) e a Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade Religiosa da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul emitiram uma nota de repúdio ao que classificaram como “escárnio religioso”. Segundo o texto, a performance viola o artigo 208 do Código Penal, que trata como crime “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
“Acredita-se que a arte deva servir como instrumento de reflexão sob o propósito de elevação cultural. Porém, ao ser utilizada para promover desrespeito ao sentimento alheio, torna-se ferramenta poderosa de violência e intolerância”, diz a nota.
As entidades também destacaram que o contexto carnavalesco não diminui a gravidade do ato. “O fato do escárnio ter ocorrido em um evento como o Carnaval, não atenua sua gravidade, mas tão somente o amplifica, pois atinge um número ainda maior de pessoas dada a grande visibilidade do evento.”
A nota também alertou para os riscos de tolerar manifestações que ofendam a fé alheia. “O ultraje à fé alheia, sob o disfarce de manifestação artística, se tolerado sem as devidas providências, coloca o sistema de liberdades brasileiro em risco e tende a corroer a convivência pacífica entre as religiões e o respeito mútuo, fundamentais para a harmonia social.”
As entidades pediram que as autoridades competentes investiguem o caso e tomem as medidas cabíveis.
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