A Falta de Conhecimento Sobre o Assunto Acaba Sendo um Dos Causadores Desse Estigma
Desde muitos séculos o preconceito acompanha o indivíduo com transtornos mentais, quando estas eram acusadas de possessão demoníaca, bruxaria e, por consequência, eram perseguidas e mortas na antiguidade.
Apesar do avanço da ciência, ainda hoje o preconceito prevalece, e no lugar da perseguição existem a negligência e a exclusão social. É comum o indivíduo com transtornos mentais ser chamado de “louco”, “maluco” e muitas vezes ser inferiorizado e menosprezado .
Segundo a Dra. Gesika Amorim, Mestre em educação médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento, o termo Psicofobia foi criado pelo Dr. Antônio Geraldo para descrever o preconceito contra as pessoas que sofrem com transtornos e deficiências mentais. A falta de conhecimento, de compreensão do assunto, acaba sendo um dos causadores desse estigma que, muitas vezes, acaba tendo a sua origem dentro das nossas próprias casas. Por isso se faz necessário o compartilhamento de informações sobre o que são esses transtornos mentais e qual o papel do Médico Psiquiatra.
Especificamente, a psicofobia está relacionada com o preconceito contra aquelas pessoas que apresentam transtornos ou deficiências mentais que, muitos ainda julgam ser frescura ou bobagem. É também o medo de se relacionar com essas pessoas. Transtornos mentais não são bobagens, ao contrário, são patologias que precisam ser levadas com seriedade por familiares, amigos e por toda a sociedade. Afinal, sofrer com depressão ou ansiedade não é brincadeira!
As atitudes preconceituosas, psicofóbicas, podem ser propositais, porém, muitas vezes estas acontecem de forma velada ou sutil, passando quase despercebidas.
E preciso ter cuidado ao usar as palavras. É preciso lembrar que a psicofobia é crime. – alertou a Dra. Gesika Amorim.
Em maio de 2014 foi aprovada, pela Comissão de Direitos Humanos, a PLS 74/14, para o crime ser enquadrado no código penal como injúria. A pena é prevista de 2 a 4 anos para quem praticar a psicofobia. Infelizmente, os comportamentos psicofóbios se tornaram muito comuns na internet, principalmente nas redes sociais, inclusive propagando esse preconceito.
Com a pandemia da covid19 e o isolamento social, ocorreu um aumento de casos de transtornos mentais em todo o mundo; quadros de depressão e ansiedade vitimaram uma boa parte da população e, em muitos casos, houve uma maior ocorrência de suicídio durante o isolamento.
Por isso é tão importante conscientizar a população sobre os males da psicofobia.
Por causa da rotulação e do preconceito, muitos deixam de buscar ajuda, seja por vergonha ou medo de como serão vistas e julgadas por familiares, amigos e no meio social. E importante entender que acolher, respeitar e partilhar amor sem medir as diferenças, deve fazer parte do nosso propósito de vida, seja ele qual for. Se há algo que devemos combater em nossos dias, é o preconceito, e essa luta não é opcional, é um dever de todos. – Finaliza a Dra. Gesika Amorim.
CRÉDITOS:
Dra Gesika Amorim é Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular – (Medicina Integrativa), dentre outros títulos.