Pedofilia na igreja. (Foto: Reprodução)
AUSTRÁLIA – A Igreja Católica da Austrália pagará 1 milhão
de dólares australianos (R$ 2,81 milhões) a uma das pessoas violentadas pelo
padre pedófilo Gerald Ridsdale, depois que as partes chegaram a um acordo, como
confirmou nesta sexta-feira a advogada da vítima.
O religioso, que abusou de mais de 60 menores durante três
décadas e permanece em prisão após ter sido condenado por vários casos de
pedofilia, abusou em setembro de 1982 de uma criança de nove anos identificada
apenas pelas iniciais JCB na cidade de Mortlake, no estado de Victoria. A
cidade foi a paróquia de Ridsdale de 1981 a 1982.
A representante legal do denunciante, Judy Courtin,
confirmou à emissora pública australiana “ABC” que a Igreja Católica e o seu
cliente fecharam um acordo na véspera, antes que o caso chegasse ao Supremo
Tribunal de Victoria.
Courtin afirmou que o acordo poderia abrir a porta a
centenas de reivindicações de compensação apresentada por outras vítimas do
pedófilo. “O que é realmente importante é que finalmente, finalmente, obtivemos
uma prestação de contas adequada e uma forma de justiça apropriada para o nosso
cliente”, declarou a advogada.
Preso desde 1994, Ridsdale se declarou culpado de pelo menos
cinco processos judiciais por abusar de menores entre 1961 e 1988, enquanto era
sacerdote no sul da Austrália. No começo deste mês, a Igreja Católica admitiu
em documentos judiciais pela primeira vez ter tido conhecimento das queixas
contra o pedófilo.
A investigação sobre os crimes de abusos sexuais contra
menores cometidos no seio da Igreja australiana revelou que Ridsdale fazia
parte de uma rede de pedofilia em Ballarat, também no estado de Victoria, nos
anos 70.
Também faziam parte da rede o diretor do colégio Saint
Alipius, Robert Best, e os sacerdotes Edward Dowlan, Stephen Farrel e Gerald
Fitzgerald. Os três primeiros foram condenados por pedofilia, enquanto o último
morreu em 1987, quando ainda era investigado.
Ridsdale viveu nos anos 70 em um seminário com o cardeal
George Pell, ex-tesoureiro do Vaticano condenado em março a seis anos de prisão
por cinco acusações de abusos sexuais a menores. Os crimes foram cometidos
contra dois meninos em Melbourne nos anos de 1996 e 1997.
*Fonte: EFE