Países opressores do cristianismo acusam cristãos de espalhar a doença, alegando que a infidelidade deles tem levado castigo a essas nações (Foto: Portas Abertas)
China – Esta semana, a notícia de que o governo da China
suspendeu o auxílio emergencial e outros benefícios a cristãos, enquanto esses
não adorassem ao presidente do país, levou a atenção do mundo novamente ao país
epicentro da pandemia. Mas isso não vem de hoje e não é novidade para os
cristãos que há anos tem seus direitos negados no país.
As últimas notícias é que em todo o mundo, principalmente
nos países opressores ao cristianismo, os cristãos têm enfrentado diversas
formas de perseguição.
Em todo o mundo, as constantes informações cruzadas sobre o
Covid-19 – algumas legítimas, muitas não – causaram o que a Organização Mundial
de Saúde chamou de “infodêmico”, uma junção de pandemia de
informação.
Segundo o Relator Especial da ONU sobre liberdade de
religião e crença, Ahmed Shaheed, a pandemia causou um surto de intolerância
religiosa existente em muitos países. “Estou alarmado ao ver o aumento do
incentivo ao ódio, criação de bodes expiatórios em comunidades religiosas,
incluindo cristãos pela disseminação de vírus”. Ele atribui isso a países em
que os líderes religiosos locais atribuem aos cristãos ‘o castigo do
Coronavírus’, dizendo que são eles os responsáveis por tamanha desgraça no
mundo.
A ameaça vem, principalmente de grupos islâmicos radicais
que lançam constantemente campanhas online para incorporar o Coronavírus em
suas mensagens principais, de vídeos de recrutamento a declarações oficiais e
propaganda. Cada grupo promove suas próprias teorias de conspiração, mas quase
todos agora usam o surto para difamar inimigos, e atrair seguidores.
Isso tem afetado comunidades cristãs, principalmente em
países em que já são perseguidos por sua fé e onde seguir a Cristo pode custar
a vida. A Portas Abertas, organização humanitária que apoia cristãos
perseguidos em mais de 70 países, tem recebido denúncias de cristãos que vivem
nesses países e estão, neste momento de pandemia, passando por situações
extremas de perseguição e ódio.
No Vietnã, por exemplo, no processo de combate ao
Coronavírus, o governo dobrou a repressão às minorias religiosas. Cristãos
estão sendo excluídos dos serviços médicos e sociais do país, que foram
ampliados para combater a pandemia. Documentos de identificação e de
residências são negados a este grupo e, sem documentos adequados, não podem
obter acesso ao sistema público de saúde ou outros benefícios sociais. Os
cristãos são forçados a viver em vilas e favelas o que torna impraticável o
distanciamento social.
Já na Turquia, quando a polícia perguntou a alguém por que
ele havia tentado incendiar uma igreja, ele respondeu que os cristãos
“trouxeram o Coronavírus para o país”. O governo turco está fazendo
pouco para acalmar cidadãos turcos contra os cristãos. Na última semana, o
governo assinou um decreto que transforma a maior igreja cristã da Turquia – a
Hagia Sofia – em mesquita islâmica. Uma prova do islamismo institucional do
país.
Um cristão envolvido no trabalho humanitário da igreja de
Cuba foi detido e acusado de “espalhar epidemias”. Líderes religiosos e
outros cristão que têm se mobilizado a ajudar, estão sendo presos simplesmente
por ajudar a idosos e fornecer ajuda mútua aos vizinhos. Em Cuba, “a luta
contra a pandemia de Covid-19 tem sido um pretexto bem-vindo para as
autoridades do governo intensificarem sua pressão sobre dissidentes e outros considerados
parte de um movimento de oposição”, disse Rossana Ramirez, analista de
perseguição da Portas Abertas. Acusações de desobediência ou disseminação de
doenças, foram multadas em valores exorbitantes, o equivalente a mais de
R$1.500,00. Como isso é mais do que os cidadãos cubanos ganham em um ano, eles
são incapazes de pagar tais multas e, consequentemente, são enviados para a
prisão”, conta Ramirez.
A Portas Abertas tem trabalhado e atuado nesses países, com
auxílio socioeconômico, treinamento para líderes comunitários e religiosos,
geração de emprego e renda e assistência jurídica, médica e psicológica a mais
de 260 milhões de cristãos perseguidos no mundo.
*Fonte: Portas Abertas