Londres – Oito meses depois de receber uma multa de 500 milhões de euros na França, o Google chegou a um acordo com uma aliança de jornais do país e passará a remunerar os editores pela exibição de conteúdo produzido por eles em buscas online.
A gigante de buscas e a APIG (Alliance of the General Information Press (APIG) fizeram uma declaração conjunta destacando que o acordo representa uma “uma etapa histórica na aplicação” dos direitos conexos.
A França é o país que mais avançou na batalha pela remuneração por conteúdo, depois da Austrália, que há um ano impôs às plataformas uma lei determinando a arbitragem por parte do Estado caso as partes não chegassem a um acordo. E os acordos saíram.
Na França e na Austrália, Facebook e Google tentaram evitar o pagamento
Assim como na Austrália, as duas grandes empresas de mídia digital, Google e Facebook, tentaram resistir às pressões da indústria de mídia argumentando que as empresas jornalísticas já se beneficiam ao ficarem expostas nas plataformas.
Mas a União Europeia comprou a briga da imprensa, ao estabelecer em 2019 uma diretiva que consolida os direitos autorais e os direitos conexos.
Um primeiro acordo havia sido firmado com a APIG em janeiro do ano passado, mas o Google acabou multado em 500 milhões de euros por não ter negociado “de boa fé”, no entendimento da autoridade de concorrência da França.
“O Google ainda parece não aceitar a lei como ela foi votada, mas não cabe a um ator, mesmo dominante, reescrever a lei”, disse a presidente da autoridade, Isabelle de Silva, quando a multa foi anunciada.
As negociações foram retomadas em setembro, e na semana passada um novo pacto foi anunciado, beneficiando cerca de 300 grupos jornalísticos nacionais, regionais e locais.
Fonte:https://mediatalks.uol.com.br/2022/