Nove pessoas, entre elas a missionária irlandesa Gena Heraty e uma criança de três anos, foram sequestradas no domingo (3) em um orfanato na cidade de Kenscoff, perto da capital haitiana, Porto Príncipe. A informação foi confirmada pelo prefeito local, Massillon Jean.
O sequestro ocorreu durante a madrugada, na instituição Sainte-Hélène, que abriga mais de 240 crianças, algumas com deficiência. Sete funcionários também foram levados.
Segundo o prefeito, os invasores entraram no orfanato quebrando um muro, sem disparar tiros, e seguiram diretamente para o alojamento onde Heraty estava. Ele descreveu a ação como “planejada”.
O jornal haitiano Le Nouvelliste atribui o ataque a membros de gangues armadas, que vêm ampliando sua atuação na região. Desde o início de 2025, Kenscoff sofre incursões frequentes desses grupos criminosos.
Heraty vive no Haiti desde 1993 e é diretora do orfanato, mantido pela organização “Nossos pequenos irmãos e irmãs”. Ela mesma telefonou para colegas da instituição confirmando que havia sido levada, segundo a agência AFP.
O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Harris, afirmou que há esforços intensos para libertar Gena e os demais reféns. “Estamos em contato com a família, as autoridades locais e a organização envolvida”, disse.
Até agora, nenhum pedido de resgate foi feito. O governo irlandês informou que está oferecendo apoio consular à família de Gena, que nasceu em Liscarney, no Condado de Mayo, e já recebeu prêmios por seu trabalho humanitário.
O sequestro se soma a uma onda de violência no país. Só no primeiro semestre de 2025, quase 350 pessoas foram sequestradas no Haiti e mais de 3 mil foram mortas, segundo a ONU.
A organização alerta para a crise humanitária crescente. Cerca de 1,3 milhão de haitianos estão deslocados, vivendo em abrigos improvisados e enfrentando riscos à saúde e segurança. As informações são da BBC inglesa.
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