Ausência em encontro com Ricardo Vélez Rodríguez foi tratada em conversas no grupo de WhatsApp de deputados da Frente Parlamentar Evangélica as quais o ‘Estado’ teve acesso
BRASÍLIA – Deputados da bancada evangélica ameaçam boicotar convite do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, para uma reunião nesta quarta-feira, 20, no seu gabinete em Brasília. A ausência foi tratada em conversas no grupo de WhatsApp da Frente Parlamentar Evangélica as quais o Estado teve acesso. A preocupação é de que a presença dos deputados seja interpretada como apoio à permanência de Vélez no cargo e a bancada não quer referendar um nome que não indicou.
MEC
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez Foto: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO
O Estado apurou que, em parceria com a bancada católica, os evangélicos vão promover um encontro para organizar apoio ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), um dos cotados para substituir Vélez. O ministro está na berlinda desde que virou alvo do grupo ligado ao escritor Olavo de Carvalho e se envolveu em polêmicas, como determinar que as escolas gravem os alunos cantando o Hino Nacional e enviem vídeos ao Ministério da Educação (MEC). Após o Estado revelar o caso, o ministro recuou.
Presidente interino da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal Lincoln Portela (PR-MG) disse que recebeu dos assessores legislativos da pasta Orley Silva e Paulo Roberto Galindo o convite para a reunião com o ministro. O objetivo, segundo ele, era levar a frente para abrir diálogo com Vélez.
Na tarde desta terça-feira, 19, assessores de Vélez ligavam para os deputados para confirmar o encontro, enquanto o líder do governo no Congresso, Marco Feliciano (Podemos-SP), se dedicava a convencer os colegas a recusar o convite. “O MEC está abandonado e o ministro não vai usar bancada para escudo”, disse.
Planalto. Na semana passada, Vélez esteve no Planalto quatro vezes, o que gerou especulações de que seria substituído. Nesta terça-feira, o ministro voltou ao palácio para reunião na Casa Civil, para tratar do nome do secretário executivo da pasta. Ele tentou emplacar a educadora Iolene Lima na vaga, mas o nome foi vetado pelo governo.
*Fonte: Estadão.