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25/11/2024

Global

Autorização para igreja é revogada após protestos

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Um pastor batiza novos cristãos convertidos na Indonésia / Foto: Reprodução

INDONÉSIA – Uma permissão recentemente emitida para uma igreja cristã na região especial de Yogyakarta, na Indonésia, teria sido revogada após protestos e ameaças de grupos radicais muçulmanos na área.

A União da Notícia Católica Asiática relata que a permissão para uma igreja Pentecostal que foi emitida em janeiro foi cancelada pelo chefe do distrito de Bantul, que atende pelo nome de Suharsono, através de uma carta oficial enviada em 26 de julho.

Suharsono justificou o raciocínio alegando que a permissão concedida à igreja no início do ano não atendia aos requisitos estabelecidos por um decreto ministerial conjunto de 2006 que regulava os locais de culto no país de maioria muçulmana.

O decreto é um dos que centenas de líderes religiosos pediram o fim, dizendo que é usado para bloquear a construção de igrejas e outros edifícios de culto.  Segundo a UCAN, Suharasono afirmou que “uma casa de culto não pode ser um lar ao mesmo tempo”.

A revogação da autorização da igreja ocorre apenas dias depois que grupos muçulmanos radicais prometeram se opor à existência da igreja na cidade, de acordo com reportagens locais vistas pela UCAN.

Palit Panjaitan, que preside o grupo Solidariedade de Vítimas de Violações à Liberdade de Religião e Crenças, disse à agência de notícias que permitir a revogação é uma indicação de que “o Estado está indefeso contra a pressão de grupos intolerantes”. 

O pastor da igreja, Tigor Yunus Sitorus, disse à UCAN que pediu aos membros que participassem de cultos em outras igrejas. Ele não quis emitir uma declaração a fim de evitar o agravamento da atmosfera para os cristãos da comunidade.

De acordo com organização cristã, Portas Abertas dos EUA, os cristãos representam cerca de 12% da população majoritariamente muçulmana de 266 milhões de indonésios. O país classifica-se como o 30º pior país do mundo no que diz respeito à perseguição cristã, de acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2019, publicada pela Missão Portas Abertas. “Embora a constituição da Indonésia promova a liberdade religiosa, os grupos extremistas islâmicos estão se tornando mais influentes em pressionar por uma nação islâmica”, afirmou um enviado da Porta Abertas sobre os estados da Indonésia. “Algumas regiões da Indonésia já operam sob a lei islâmica (Sharia), o que representa uma ameaça para os cristãos e outras minorias religiosas”.

Além da extrema perseguição contra os muçulmanos convertidos ao cristianismo e da discriminação contra crianças cristãs nas escolas, a Portas Abertas observa que as igrejas na Indonésia são “difíceis de construir”. “Se as congregações conseguirem cumprir todos os requisitos legais, as autoridades locais ainda podem lhes negar permissão”.

Enquanto os cristãos enfrentam várias formas de perseguição na Indonésia, vários cristãos foram presos por alegarem que violaram as leis de blasfêmia insultando o Islã ou seu profeta, Maomé.

Em 2017, o então governador de Jacarta, que é cristão, foi preso por falsas acusações de ter insultado o Islã durante uma visita de campanha. A acusação está relacionada a um vídeo manipulado que veio no meio de sua campanha de reeleição.

Basuki Tjahaja Purnama, também conhecido como “Ahok”, cumpriu quase todos os seus dois anos de prisão antes de ser libertado. Em julho de 2018, foi relatado que outro homem cristão indonésio foi condenado a quatro anos de prisão por blasfêmia.

Em maio de 2018, um pastor cristão recebeu uma sentença de quatro anos depois que ele compartilhou sua fé com um motorista de táxi e foi acusado de blasfêmia. Em março de 2018, 15 cristãos foram mortos, enquanto muitos outros ficaram feridos durante um ataque suicida em três igrejas em Surabaya.

Em seu relatório anual de 2018, a Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA criticou o governo federal da Indonésia por não intervir sempre que “os governos provinciais e locais promulguem regulamentos ou políticas inconstitucionais que exacerbam as divisões religiosas”.

*Com informações de The Christian Post

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