Polícia invade a Igreja Rongguili, em Guangzhou, na China /
Foto: Reprodução
CHINA – O reverendo Song Yongsheng, que liderou uma igreja
na província chinesa de Henan, se jogou do telhado depois de dizer que foi “um
fracasso” tentar trabalhar com o governo. O regime chinês aplica políticas
estritas em torno da prática da religião e exige que para funcionar, todas as
igrejas precisam estar registradas no Departamento de Assuntos Religiosos, o
que efetivamente as mantém alinhadas com os ideais comunistas.
De acordo com a China Aid, Song era presidente do Movimento
Patriótico Three-Self de Shangqiu (TSPM) e presidente do Conselho Cristão da
China (CCC), duas organizações oficiais do governo que regulam o coletivo de
igrejas aprovado pelo estado.
Em sua carta de suicídio, o pastor Song disse que tentou
convencer as autoridades chinesas a abrir um caminho para o movimento de todas
as igrejas, a fim de melhorar o bem-estar delas, sem registro ou não, e fazer a
ponte entre os dois. “Esse objetivo”, disse ele, “tornou-se impossível de ser
alcançado, com as autoridades permanecendo comprometidas em criminalizar os
cristãos que se recusaram a se curvar diante do governo”.
O controle constante, a opressão e a falta de cooperação
demonstrada pelo regime comunista o deixaram “exausto”, escreveu Song.
Segundo a Asia News, todas as informações sobre a morte
prematura do pastor foram censuradas pelo governo chinês. “O funeral foi
controlado por agentes do governo, que ao mesmo tempo censuravam qualquer
referência ao homem nas redes sociais”, observou o relatório, acrescentando que
o corpo do ministro foi imediatamente cremado após sua morte.
Sabendo que eles seriam despojados de sua verdadeira
identidade cristã, imensas faixas de igrejas cristãs se rebelaram contra o
controle do governo e foram forçadas a se tornar “clandestinas” como resultado.
Essas congregações ilegais enfrentam diariamente a opressão
e a perseguição por simplesmente crer em Jesus. Uma dessas igrejas nessa
situação é a Early Rain Covenant, em Chengdu, Sichuan.
O governo tem tentado implacavelmente impedir as atividades
do ministério da igreja, intimidando, prendendo e até mesmo torturando fiéis.
Ainda assim, eles se recusam a deixar de adorar.
Nos últimos anos, o governo chinês introduziu uma campanha
de “Sinicização” que visa alterar as religiões, a fim de alinhá-las com a
agenda do Partido Comunista. Novos regulamentos foram instituídos, trazendo
religiões sob maiores restrições e perseguindo aqueles que não cumprem as
determinações do governo, mesmo que estejam simplesmente praticando sua fé.
O pastor sênior Wang Yi enfrenta um longo conjunto de
acusações e atualmente está detido sem fiança.
*Com informações de Faithwire