A sentença foi dada por ‘agir contra a segurança nacional ao estabelecer e liderar uma igreja cristã evangélica’ e elas passarão dois anos nos presídios mais rígidos e violentos contra cristãos do país
Duas cristãs iranianas uma das quais se casou recentemente, iniciaram sentenças de prisão por causa de atividades relacionadas à sua fé cristã. Tanto Fariba Dalir quanto Sakine (Mehri) Behjati começaram suas sentenças no sábado de Páscoa, 16 de abril. Dalir passará dois anos na prisão de Evin, na capital do Irã, Teerã, enquanto Behjati está cumprindo uma sentença de dois anos na prisão de Lakan, na cidade de Rasht, no norte do país.
O Irã ocupa a 9ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022 e um dos paises em que os cristãos são mais assediados e têm os direitos de liberdade religiosa mais desrespeitados no mundo. Centenas de cristãos cumprem penas em presídios de segurança máxima no país e outros tantos aguardam julgamento.
Os cristãos perseguidos no Irã vivem sob máxima vigilância e a igreja se reúne em pequenos grupos, em casas de líderes que se expõem à violência, perseguição, tortura e prisão para discipular e estudar a Palavra com outros membros.
‘Estabelecer e liderar uma igreja’
Fariba Dalir foi presa ao lado de seu (então) noivo, Soroush, e quatro outros cristãos convertidos em Teerã em julho do ano passado. Ela, Soroush e outros dois foram sentenciados em dezembro e receberam sentenças de prisão, enquanto uma jovem de 17 anos foi libertada depois de passar dez dias em confinamento solitário e ser submetida a intensos interrogatórios em um centro de detenção da Guarda Revolucionária. A sexta pessoa não foi mencionada no veredito e sua situação era desconhecida até a publicação desta matéria.
No final, apenas Dalir acabou na prisão, cumprindo uma pena de dois anos, por “agir contra a segurança nacional ao estabelecer e liderar uma igreja cristã evangélica”. Os outros três receberam sentenças de 10 meses por serem membros de uma igreja doméstica, mas como já haviam cumprido pena de detenção, eles tiveram a opção de pagar uma multa de 5 milhões de tomans (aproximadamente 250 dólares) cada e não ir para a prisão.
Entre eles está o marido de Dalir. Ela e Soroush se casaram quando aguardavam a sentença e agora ficarão separados por dois anos.
Imprevisibilidade da justiça
Mehri Behjati estava entre um grupo diferente de quatro cristãos convertidos que foram presos em fevereiro de 2020 por acusações de que pertenciam a uma igreja doméstica em Rasht. Eles foram formalmente acusados em maio e sentenciados três meses depois, recebendo entre dois e cinco anos de prisão por “agir contra a segurança nacional” e “difundir o cristianismo sionista”. Behjati recebeu uma sentença de dois anos. Seu recurso foi rejeitado pela Suprema Corte do Irã.
Enquanto um dos condenados começou sua sentença de prisão no início deste ano, Behjati foi autorizada a passar o ano novo iraniano com sua família antes de se apresentar na prisão no sábado de Páscoa. Os outros dois ainda estão fora da prisão, esperando para iniciar suas sentenças.
Em fevereiro, um tribunal de apelações absolveu nove cristãos convertidos e membros de uma igreja doméstica que haviam sido presos por acusações semelhantes, dizendo que não encontraram “evidências insuficientes” para apoiar as acusações.
Em um relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU no início deste ano, o Relator Especial da ONU sobre direitos humanos no Irã, Javaid Rehman, disse estar preocupado com a “repressão contínua de minorias religiosas”, incluindo pelo menos 53 cristãos que foram presos entre 1 de janeiro e 1 de dezembro de 2021 por praticar sua fé.
O que a Portas Abertas está fazendo
Em vários países em que o cristão perseguido e preso apenas por revelar ou manter sua fé em Jesus, a Portas Abertas, organização que atua em mais de 60 países em que o cristão é impedido de professar sua fé, mantém trabalho de socorro, apoio jurídico e às famílias dos cristãos presos.
Os tipos de prisões variam de acordo com o país. Mas uma coisa não muda: todos os cristãos que estão na cadeia somente por seguir a Jesus precisam saber que não foram esquecidos. Para isso, a organização criou a campanha Cristãos Presos, que aproxima o cristão brasileiro, livre da perseguição religiosa, aos cristãos perseguidos em todo o mundo. Para saber como participar e fazer a diferença, acesse o link.
Fonte: Portas Abertas