A jornalista hondurenha Kenya Lili González Sánchez foi expulsa da Nicarágua pelas autoridades da Direção Geral de Migração e Estrangeiros (DGME) no último dia 4 de agosto. A ação foi tomada após a profissional denunciar, por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, a perseguição de padres católicos no país sob o regime de Daniel Ortega.
González, que também é ex-candidata a deputada em Honduras, relatou sua experiência ao tentar entrar na Nicarágua pelo posto fronteiriço de Las Manos, entre os dois países vizinhos. Embora tenha sido permitida a sua entrada inicialmente, a jornalista foi surpreendida por agentes da DGME. Após se identificar como comunicadora social, foi conduzida pelas autoridades migratórias até a fronteira de Las Manos, onde foi informada de sua expulsão.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, González explicou que tinha planos de passar apenas três dias na Nicarágua, utilizando o país como rota de trânsito para sua viagem à Costa Rica. Ela também enfatizou que tinha reservas em um hotel na capital, mas, sem qualquer justificativa clara, foi levada de volta à fronteira.
O motivo alegado para sua expulsão foi surpreendente: González afirmou ter recebido um documento no qual constava que era “uma pessoa mal recebida pelo governo por ter feito publicações a favor dos cristãos perseguidos na Nicarágua“. A jornalista reforçou sua discordância em relação à perseguição aos padres na Nicarágua e denunciou a arbitrariedade da decisão.
O caso suscitou debates sobre a situação dos direitos humanos e da liberdade de expressão na Nicarágua sob o regime de Daniel Ortega. Críticos do governo afirmam que a expulsão de González é mais um exemplo da crescente repressão contra jornalistas independentes e dissidentes políticos.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes