A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a pagar R$ 30 mil a um ex-membro de 50 anos, em Recife (PE), após decisão da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco, no último dia 20. Segundo o processo, o homem vendeu sua padaria e entregou todo o valor à igreja, convencido por um pastor de que sua vida mudaria após a doação.
A Justiça considerou que houve abuso por parte do líder religioso, que usou sua posição para influenciar emocionalmente o fiel. O tribunal entendeu que promessas de prosperidade e ameaças espirituais foram usadas para induzir a doação.
Áudios anexados ao processo mostram o pastor dizendo que, sem o “sacrifício”, a vida do fiel não mudaria ou até pioraria. Em uma das mensagens, o religioso afirma que “o diabo usaria a ex-mulher” do homem para tirar tudo dele, caso ele não obedecesse.
O relator do caso, desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho, destacou que a liberdade religiosa não pode justificar abusos. Para ele, a fé foi usada como ferramenta de coação e medo, ferindo a dignidade da pessoa humana.
As provas incluíram conversas por WhatsApp nas quais o pastor orienta o fiel a entregar tudo o que tinha, mesmo ciente de que ele ficaria sem sustento. A padaria era a única fonte de renda da família.
A sentença de primeira instância já havia reconhecido a coação moral. A Justiça entendeu que o discurso religioso foi usado para afastar o fiel de sua rede de apoio e pressioná-lo a doar todos os bens.
Em nota, a Igreja Universal afirmou que o fiel era capaz de tomar decisões por conta própria e que doações fazem parte da prática religiosa. A instituição informou que vai recorrer da decisão. As informações são do UOL.
Revista Exibir Gospel
