Félix Ngole, estudante de assistência social da Universidade
de Sheffield / Foto: Reprodução
ESTADOS UNIDOS – Um estudante britânico ganhou uma ação
judicial depois de ter sido expulso da universidade por postar versículos
bíblicos sobre a homossexualidade. Felix Ngole foi expulso da Universidade de
Sheffield em 2016 depois de postar versículos bíblicos no Facebook que a
universidade considerou críticos em relação à homossexualidade.
As postagens ocorreram no contexto de um debate na mídia
social sobre Kim Davis, a ex-funcionária do condado de Kentucky que se recusou
a emitir licenças de casamento para casais do mesmo sexo por causa de sua fé
cristã.
Durante o intercâmbio, Ngole compartilhou versículos
bíblicos que apoiavam a visão tradicional de que o casamento é ordenado por
Deus e deveria ser exclusivamente entre um homem e uma mulher. Ele também
afirmou que “a Bíblia e Deus identificam a homossexualidade como um pecado”,
segundo reportagem da BBC.
Mais tarde, Ngole foi anonimamente denunciado por um colega
para a Universidade e disciplinado perante um conselho disciplinar. Ele foi informado de que havia prejudicado a
profissão de assistente social e foi expulso do curso, perdendo a carreira para
a qual tanto trabalhou.
Durante o conselho disciplinar a Universidade lhe disse que
a expressão de seus pontos de vista cristãos era inaceitável e foi efetivamente
dito para renunciar à sua fé ou permanecer em silêncio sob pena de perder sua
carreira. No entanto Felix diz que sentiu que não poderia desistir de sua fé.
Em 2017, depois de uma batalha judicial contra sua expulsão
e argumentando que seus direitos humanos haviam sido violados, o Supremo Tribunal
do Reino Unido decidiu em favor da Universidade.
Agora, em uma decisão importante, a Corte de Apelações
anulou a decisão anterior e criticou a universidade por sua ação
discriminatória, instando-os a reconsiderar o caso de Ngole. “A mera expressão
de visões religiosas sobre o pecado não implica necessariamente discriminação”,
determinou o tribunal, segundo Christian Concern, o grupo de defesa da fé
cristã que auxilia Ngole em seu caso.
Dentro da decisão, observou-se que Ngole havia sido
discriminado e que a universidade “não tinha discernimento” na maneira como
lidava com a situação – proibindo Ngole de expressar suas crenças religiosas,
juntamente com a ameaça de acabar com sua futura carreira. “Esta é uma ótima
notícia, não só para mim e minha família, mas para todos que se preocupam com a
liberdade de expressão, especialmente para aqueles que trabalham ou estudam
para profissões que cuidam das pessoas. Como cristãos, somos chamados a cuidar
e servir os outros, publicamente ou em particular, devemos ser livres para
expressar nossas crenças, especialmente quando perguntados, sem medo de perder
nossos meios de subsistência”, disse Ngole após a última decisão.
Ngole notou que ele havia “sofrido tremendamente” durante
toda a provação, mas sente “alegria esmagadora” de que o que ele passou
resultará em “tanto ganho” para os “cristãos hoje e no futuro” como resultado
da criação deste novo precedente legal.
A chefe da Christian Concern, Andrea Williams, chamou isso
de um “divisor de águas para os cristãos e uma retumbante vitória da liberdade
de expressão”.
“Apesar dessa vitória, esse não é o fim da luta de justiça
de Felix. Ele deve agora voltar para um painel da Universidade de Sheffield que
julgará, à luz deste resultado, sua aptidão para praticar a profissão de
assistente social. A justiça completa deve ser cumprida e a universidade deve
prestar contas para que esse homem bondoso e compassivo possa finalmente
trabalhar em um emprego que reflita suas qualificações e sua capacidade,
profissionalmente e como pessoa. Nossas comunidades e os mais vulneráveis da
nossa sociedade precisam de mais profissionais cristãos como Felix, não menos”.
*Com informações de Christian Headlines e Christian Concern