Painel de discussão durante o encontro para o Avanço da
Liberdade Religiosa no Departamento de Estado dos EUA em Washington, D.C. /
Foto: Departamento de Estado)
ESTADOS UNIDOS – O Departamento de Estado dos Estados Unidos
iniciou nesta terça-feira (16) seu segundo encontro ministerial para o avanço
da liberdade religiosa, uma cúpula de três dias que é considerada o maior
evento do gênero já realizado no mundo.
Com testemunhos de sobreviventes dos mais recentes massacres
de motivação religiosa, cerca de 1.000 líderes religiosos e da sociedade civil
e mais de 100 delegações estrangeiras se reúnem até esta quinta (18) na sede do Departamento de Estado dos EUA em
Washington, D.C.
“Este é o maior evento de direitos humanos já realizado no
Departamento de Estado e o maior evento de liberdade religiosa já feito no
mundo. Espero que vocês possam sentir a importância desse momento na história.
Um movimento global de direitos humanos, centrado na liberdade religiosa, está
sendo iniciado a partir desta reunião”, disse Sam Brownback, embaixador-geral
dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional.
Numa época em que 80% das pessoas no mundo vivem em países
onde a liberdade religiosa é restrita, o governo Donald Trump tornou a defesa
da liberdade religiosa uma prioridade.
Embora os cristãos sejam o grupo religioso mais perseguido
no mundo atualmente, os ataques estão impactando pessoas de todas as religiões.
Trinta sobreviventes de ataques religiosos de 19 países, de todas as religiões,
compartilharam suas histórias durante o encontro. Entre eles, 13 são cristãos.
Sobreviventes de massacres como na sinagoga de Pittsburgh,
na Pensilvânia; nas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia e nas igrejas
do Sri Lanka, durante a Páscoa, contaram seus testemunho. “Eu tive que responder
e minha resposta foi que eu ofereci meu amor e perdão para o assassino”, disse
Ahmad do suspeito de ser o agressor Brenton Tarrant, seguido por uma ovação da
multidão.
O dr. Farid Ahmad, sobrevivente do tiroteio em Christchurch,
ganhou as manchetes quando disse que perdoava o agressor que tirou a vida de 51
pessoas, incluindo sua esposa. “Eu tive que responder e minha resposta foi que
eu ofereci amor e perdão para o assassino”, disse Ahmad.
O rabino Jeffrey Myers, da sinagoga de Pittsburgh, onde 11
pessoas foram mortas, assegurou que o tiroteio encorajou outros judeus em sua
comunidade a se dedicarem mais a Deus.
Ele também desafiou os presentes a retirarem a palavra
“ódio” de seu vocabulário. “Quando dizemos essa palavra, mexemos com nossas
emoções. A linguagem emocional leva a reações emocionais e violência, como o
assassinato de 11 judeus em minha sinagoga, o assassinato de 9 cristãos em
Charleston em 2015, o assassinato de 6 sikhs em 2012 em Oak Creek”.
Yamini Ravindran, coordenadora jurídica da Aliança
Evangélica Cristã Nacional do Sri Lanka, compartilhou os horrores do trauma
sofrido pelas vítimas dos atentados de Páscoa no Sri Lanka em abril, que
mataram mais de 250 pessoas, incluindo muitas crianças. “E naquele fatídico dia
em que o professor da escola dominical perguntou a eles, quantos estão
dispostos a morrer por Jesus, quase todos levantaram as mãos”, disse Ravindran.
Apesar das perdas e do trauma, ela conta que a comunidade cristã do Sri Lanka é
perseverante.
“As vítimas estão arrasadas e estão sofrendo”, disse
Ravindran. “Eles estão com muita dor. No entanto, eles estão no caminho da
recuperação. Pessoas corajosas não temem perdoar por causa da paz. É isso que
vemos na comunidade cristã no Sri Lanka”.
Entre os sobreviventes cristãos de ataques religiosos estão
Ouyang Manping (China), o rev. Mario Félix Lleonart Barroso (Cuba), Demiana
Kamal Youssef Shehata Hanna (Egito), Helen Berhane (Eritréia), a esposa do
pastor Raymond Koh (Malásia), o pastor Mojtaba Hosseini (Irã), o padre Thabet Habib
Yousif (Iraque), Esther (Nigéria), Ill Yong Joo (Coreia do Norte), Matt Linsey
(Sri Lanka), Meriam Yahia Ibrahim (Sudão), o pastor Andrew Brunson (Turquia) e
pastor A Ga (Vietnã).
*Com informações de The Christian Post