Mulheres de uma aldeia cristã nos Camarões se recuperam depois de terem suas orelhas cortadas por membros do Boko Haram / Foto: Portas Abertas
CAMARÕES – A barbárie do Boko Haram, um grupo militante
islâmico, atingiu novos patamares depois de relatos de mulheres tendo suas
orelhas cortadas durante um ataque a uma aldeia cristã. A imprensa local relata
que os combatentes do Boko Haram invadiram a aldeia cristã de Kalagari no norte
de Camarões em 29 de julho, levando oito mulheres como reféns e cortando suas orelhas
antes de liberá-las.
As mulheres estão sendo tratadas por seus ferimentos, mas a
Portas Abertas do Reino Unido disse que não está claro se todas as mulheres
sequestradas foram libertadas. O grupo militante tem aterrorizado comunidades
cristãs na Nigéria na última década e agora se fragmentou e espalhou sua
ideologia violenta para Camarões, Níger e Chade.
Leah Sharibu é a única garota ainda em cativeiro de um grupo
de 110 sequestrados de sua escola em Dapchi, estado de Yobe, no ano passado
pela facção Boko Haram, a Província do Estado Islâmico da África Ocidental
(ISWAP, sigla em inglês). Ela continua a ser mantida por causa de sua recusa em
se converter ao islamismo.
A Unicef estimou no ano passado que o Boko Haram
sequestrou 1.000 crianças no nordeste da Nigéria entre 2013 e 2018. Muitas
crianças, especialmente meninas, foram tragicamente usadas pelo grupo como
homens-bomba.
A Portas Abertas do Reino Unido disse que os relatórios
vindos dos Camarões refletem um “novo tipo de atrocidade” para o grupo. A
Nigéria é o número 12 na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas
dos 50 principais países onde a perseguição contra os cristãos é a maior.
A insurgência do Boko Haram ocorre desde 2009, provocando
uma crise humanitária que deixou quase 10 milhões de pessoas na bacia do lago
Chade, necessitando de assistência humanitária, com altos níveis de fome e
desnutrição, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação da
Assuntos Humanitários.
A Portas Abertas está apoiando as pessoas afetadas pelo Boko
Haram e outras facções por meio de ajuda de emergência, como alimentos,
remédios, abrigo, bem como treinamento em atendimento a traumas e preparação
para perseguições.
*Com informações de The Christian Today