Bandeira do México. (Foto: Reprodução)
MÉXICO – O estado de Oaxaca, no sudoeste do México,
registrou o assassinato do pastor Alfrery Líctor Cruz Canseco, morto a tiros em
Tlalixtac de Cabrera em 18 de agosto, pouco depois de liderar um culto em sua
igreja da Fraternidad Cristiana.
As autoridades ainda investigam um motivo para o atirador se
aproximar do pastor e atirar nele, mas existem declarações de que o crime
organizado no país, ligado principalmente ao tráfico de drogas, têm nos
cristãos inimigos de seus ‘negócios’.
As autoridades e a mídia mexicana notaram um aumento na
violência na área, com um grupo de drogas chamado Cartel de Oaxaca emitindo
ameaças nas mídias sociais para realizar mais execuções no sul do México.
Autoridades relatam mais de 180 assassinatos no sudeste de Oaxaca este ano.
Um segundo cartel chamado Nueva Plaza também apareceu na
área. Com armas de alto calibre, coletes à prova de balas e rostos cobertos, os
membros ameaçaram outros grupos criminosos, policiais e funcionários do
governo.
Em Tamaulipas, o pastor Aaron Méndez Ruíz, chefe de um
abrigo para refugiados, foi sequestrado em 3 de agosto, enquanto interferia nos
esforços de um grupo de drogas para sequestrar imigrantes cubanos, disseram
trabalhadores à agência de notícias espanhola EFE.
O presidente-executivo da Christian Solidarity Worldwide
(CSW), Mervyn Thomas, disse em comunicado à imprensa que o governo mexicano
deve proteger os civis. “Estamos profundamente preocupados com o bem-estar do
pastor Méndez Ruiz e com o bem-estar dos migrantes residentes no abrigo da Casa
del Migrante AMAR”, disse Thomas.
“Instamos o governo mexicano a garantir a segurança de
populações civis em áreas com forte influência de grupos criminosos e a
desenvolver estratégias para apoiar líderes religiosos e outros atores da
sociedade civil que estão ameaçados”, declarou.
2018 já preocupava – No ano passado, 10 líderes religiosos
foram mortos no México, décimo ano consecutivo em que o país foi classificado
como um dos mais perigosos do mundo para padres católicos, segundo a CSW. “A
expansão de grupos criminosos violentos no país e o clima predominante de
impunidade em torno de tais crimes levou a um aumento da violência contra líderes
religiosos”, dizia a declaração da CSW.
“Muitos grupos criminosos veem os líderes da igreja,
católicos e protestantes, e sua influência, como uma ameaça ao seu poder. Os
líderes religiosos continuam sendo ameaçados, sequestrados e mortos, e a falta
de investigação adequada significa que os autores não são levados à justiça”,
declarou a organização cristã.
O relatório anual da Comissão dos EUA sobre Liberdade
Religiosa Internacional de 2017 observou que gangues do crime organizado, como
Los Zetas e Cavaleiros Templários, têm como alvo padres católicos e outros
líderes religiosos com ameaças de morte, extorsão e intimidação. “Em alguns
casos, esses alvos acabam sendo mortos”, afirma o relatório. “Os líderes
religiosos são alvos porque se manifestam contra as gangues e / ou porque se
recusam a incluir a mitologia espiritual das gangues em seus sermões.”
O México ocupa a 39ª posição na lista de observação mundial
da organização de apoio cristão Portas Abertas 2019 dos 50 países onde os
cristãos sofrem mais perseguições.
*Com informações de Christian Headlines