O pastor americano David Eldridge foi indiciado por homofobia pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). A decisão foi tomada nesta segunda-feira (20), e a delegacia também sugeriu que ele fique proibido de palestrar no Brasil por três anos.
O caso envolve uma fala de Eldridge durante o Congresso Geral da União de Mocidades das Assembleias de Deus de Brasília (UMADEB), em fevereiro de 2023. Na ocasião, ele afirmou que todos os homossexuais têm “uma reserva no inferno”.
“Todo homossexual tem uma reserva no inferno, toda lésbica tem uma reserva no inferno, todo transgênero tem uma reserva no inferno, todo bissexual tem uma reserva no inferno, toda drag queen e prostituta tem reserva no inferno”, disse Eldridge durante o evento.
O pastor também criticou a pornografia e programas de TV com conteúdo sexual. Segundo ele, quem consome esse material também está “fazendo reservas no inferno”.
A Decrin abriu investigação após receber uma representação da Aliança Nacional LGBTI+ e da Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas (ABRAFH). Se condenado, Eldridge pode pegar de quatro a dez anos de prisão.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa também pediu uma investigação. O deputado distrital Fábio Felix (PSOL), presidente da comissão, acionou o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). As informações são da coluna Na Mira, do Metrópoles.
Pastor já teve decisão judicial favorável à liberdade religiosa
Em agosto de 2024, a 22ª Vara Cível de Brasília decidiu que a pregação de Eldridge não configurava discurso de ódio. A decisão foi uma resposta a uma Ação Civil Pública movida por entidades LGBTI+ contra a Assembleia de Deus de Brasília.
O juiz entendeu que as falas do pastor, retiradas de um contexto maior, faziam parte do direito ao proselitismo religioso. Por isso, rejeitou o pedido de remoção do vídeo e de indenização por danos morais coletivos.
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