DA REDAÇÃO POR ALINE SABINO
Itália decreta quarentena no norte do país para frear epidemia de coronavírus
A EXIBIR GOSPEL recebeu na manhã desta quarta-feira (11), um áudio via WhatsApp da líder do circulo de oração e missionária Cecília Mendes, ela mora na cidade de Mantova em Milão no norte da Itália. Aos prantos, a missionária explica a triste realidade que moradores da cidade estão enfrentando por causa da epidemia de coronavírus que assola o país. Segundo ela, todo o norte da Itália, incluindo as regiões de Milão e Veneza, está em quarentena para evitar a propagação da doença. O decreto é que escolas fiquem fechadas, lugares públicos, faculdade, creche, ambulatório médicos entre outros ambientes estão totalmente fechados até segunda ordem. “Não podemos aglomerar pessoas. e se sentirmos os sintomas recebemos a orientação de que não podemos ir ao hospital e sim chamar pela emergência em casa.” declarou.
A cidade de Mantova está completamente fechada, ninguém pode sair ou entrar sem permissão. “Não se pode sair de casa, não se pode sair da cidade.” afirmou.
A região mais afetada do norte é a cidade de Mantova. As igrejas também estão fechadas. A missionária demostra bastante reocupação com as pessoas que não podem buscar ao Senhor. “As pessoas estão desanimadas, desesperadas ninguém pode ir aos cultos para não colocar suas casas em risco por causa do vírus que pode afetar suas famílias. Tenho medo que esmoreçam e percam a fé”.
A medida excepcional e sem precedentes na Europa isola mais de 15 milhões de moradores, isto é, um quarto da população. A quarentena foi decretada pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte no último sábado (7) e ficará em vigor até cinco de abril. O governo italiano também decidiu fechar cinemas, teatros, museus e salas de concerto em todo o território.
A Itália, a nação mais afetada pelo covid-19 na Europa, continua a lutar contra a epidemia e as medidas adotadas vão literalmente isolar o país do resto do mundo, informa o correspondente da RFI em Roma, Éric Senanque. Quase 6.000 mil casos foram confirmados no país e ao menos 233 pessoas morreram.
O decreto do primeiro-ministro foi publicano nesta manhã no Diário Oficial e já provoca muita inquietação nas onze províncias do norte colocadas em quarentena. Centenas de pessoas correram para as estações, principalmente em Milão, para pegar um trem e deixar a região.
As autoridades italianas querem evitar a qualquer preço o agrupamento de pessoas. A medida prevê o fechamento de estações de esqui, piscinas, museus, cinemas ou discotecas. As cerimônias religiosas, casamentos e enterros, também estão proibidas. Os bares são autorizados a funcionar de 6h da manhã às 18 horas. Os supermercados também ficarão abertos, mas os clientes devem respeitar uma distância de no mínimo um metro um do outro.
Reforço da assistência médica
O governo também anunciou o reforço das medidas sanitárias para conter a epidemia. Foram mobilizados 20.000 profissionais da área de saúde (5.000 médicos especialistas, 10.000 enfermeiros e 5.000 auxiliares de enfermagem). Aposentados e estudantes de medicina em final de curso poderão integrar mais facilmente as equipes médicas. Os leitos nas unidades de tratamento intensivo serão multiplicados em 50%. Um envelope de € 600 milhões foi liberado para financiar a medida.
Roma informa ainda a possibilidade de requisitar hotéis para colocar pessoas em quarentena. O ministro da Saúde italiano, Roberto Spenranza, pediu a colaboração de toda a população para “vencer a epidemia”.
O Vaticano, onde um caso de contaminação foi registrado, também se isola. Neste domingo, pela primeira vez na história, o papa Francisco não apareceu na janela do Palácio Apostólico. Ele fez sua oração na biblioteca e a missa dominical foi transmitida por vídeo para evitar a concentração de fiéis na Praça São Pedro e a disseminação do vírus.
A França registra cerca de mil infectados e 16 mortos.
A América Latina registrou no último sábado sábado sua primeira vitima fatal da doença na Argentina. O Brasil tem 19 casos confirmados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a propagação do vírus como “profundamente preocupante”. Ao todo, 95 países estão afetados pela Covid-19, que deixou pelo menos 3.556 mortos e quase 105.000 casos em todo planeta.