O vereador Renato Freitas (PT), denunciado por supostas ofensas discriminatórias contra parlamentares evangélicos, na Câmara Municipal de Curitiba, diz que é vítima de perseguição política e tentativa de silenciamento.
A pedido dos vereadores Ezequias Barros (PMB), Sargento Tânia Guerreiro (PSL), Osias Moraes (Republicanos) e Pastor Marciano Alves (Republicanos), a Corregedoria da Câmara abriu um sindicância para apurar o caso.
Os parlamentares evangélicos pedem a cassação do mandato de Freitas alegando que o vereador quebrou o decoro parlamentar ao proferir supostas ofensas discriminatórias, ofensas morais e intolerância religiosa.
“Em quatro meses apenas de mandato já estamos sofrendo as primeiras represálias. São as primeiras consequências das nossas ações e das nossas lutas. Pra gente não é motivo de temor, nem de lamento. É motivo de orgulho”, disse Freitas.
Desde fevereiro, o vereador petista entrou em uma série de embates com os parlamentares da bancada evangélica. Ele afirmou que as igrejas se beneficiam de políticas públicas e federais e, em outro momento, chamou os colegas de “pastores trambiqueiros”.
Renato Freitas afirma que o desentendimento com a bancada evangélica se deu em discussões relacionadas às ações de combate à pandemia do coronavírus. Ele reclamou de mentiras levadas ao plenário pelos pastores.
“Essa é perseguição é por causa de um debate que tivemos porque eu me posiciono absolutamente contrário ao tal do ‘tratamento precoce’ que já foi confirmado, demonstrado e provado que é ineficaz contra a covid-19”, diz Freitas.
“No Plenário da Câmara falaram sobre Kit Covid, do tratamento precoce e levantaram uma série de fake news. Não foi um, nem duas, nem cinco vezes que esse assunto foi defendido ali, e em todas as vezes eu falei que isso era mentira”.
Em uma live com o deputado federal Zeca Dirceu, o vereador disse ter se cansado dos discursos mentirosos e elevado o tom do debate, mas dentro de sua prerrogativa parlamentar.
“Em uma das vezes, e é isso que eles usaram para a denúncia, eu disse: ‘eu entendo que vocês reproduzam essa posição política por ordem e orientação do governo federal, que produz mentiras em escala industrial. Se vocês, pastores, andam ao lado do pai da mentira, eu não preciso dizer quem vocês são”.
A representação contra Renato Freitas foi entregue à Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba no dia 13 de abril, com prazo de 30 dias úteis para a publicação de um relatório.
As punições para casos de quebra de decoro parlamentar ou injúria vão de censura pública à perda do mandato.
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