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17/12/2024

Família

Escritor Daniel Mastral lamenta morte da mulher 2 anos após perder o filho

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A médica e escritora Isabela Mastral sofreu parada cardíaca causada por infarto agudo do miocárdio; filho do casal cometeu suicídio aos 15 anos, em 2018

O escritor, conferencista, youtuber e líder espiritual Daniel Mastral, de 54 anos,lamentou a morte da mulher, a médica e escritora Isabela Mastral, aos 52, no domingo (30), após sofrer uma parada cardíaca causada por um infarto agudo do miocárdio. Nesta terça-feira (1), ele anunciou a partida precoce da companheira em sua rede social. Segundo o escritor, Isabela piorou devido a uma depressão pós-traumática depois da morte do filho do casal, Mikhael, que sofria depressão grave e cometeu suicídio em dezembro de 2018, aos 15 anos, ao se jogar no trilho de uma estação de trem em São Paulo.

“Isabela faleceu ontem, dia 30 de maio de 2021, às 17h15. Por parada cardiorrespiratória, por infarto agudo do miocárdio. Éramos três. Três vidas que se completavam. Um era suporte do outro. As lembranças que tenho são repletas de risadas, brincadeiras e também muito amor e respeito. Nos completávamos. Estávamos sempre juntos. Desde saídas para passeios, como em casa; compartilhando uma refeição, vendo um programa de TV, jogando videogame ou simplesmente conversando. Muitas vezes, rindo de nós mesmos. Orávamos juntos, tínhamos nosso culto diário sempre realizado com muito zelo”, contou o autor de livros como Filho do Fogo, Guerreiros da Luz e Voz que Clama no Deserto, dentre outros.

Daniel continuou falando sobre a relação com a mulher e o filho. “Nossos abraços de familia eram presentes diariamente, assim como a troca de palavras: ‘eu te amo!’ De repente, sem aviso, meu filho entrou em depressão. Uma doença devastadora que corrói a alma por dentro. Por ser uma enfermidade invisível, muitos acham ‘frescura’. Porém, é um câncer na alma. Minha esposa também tinha. O último estágio da dor humana. Tratou por anos, até que entrou em remissão dos sintomas. Mas quando nosso príncipe adoeceu em 2 de maio de 2018, a sombra da depressão tornou a assombra-lá. Lutamos com todas as nossas forças”.

O escritor lembrou como eles enfrentaram a doença. “Fizemos de tudo, oramos por ele e com ele. Buscamos ajuda terapêutica e médica. Ele teve suporte medicamentoso, acolhimento familiar, muitas orações e todo nosso amor. Infelizmente perdemos a batalha em 22 de dezembro de 2018 quando o perdemos. Ficamos só eu e minha esposa. Ambos sendo tratados de depressão pós-traumática. Quando um estava abatido, o outro estendia a mão. Melhor serem dois do que um. Porém, por razões que não compreendo, minha esposa foi tirada de mim. Ela estava bem e feliz! Porém, teve um rebaixamento (comum em quadros depressivos). Conversamos, oramos, colocamos um louvor. Ela queria dormir um pouco para ‘esquecer a dor’. Tomou sedativos, porém leves e corriqueiros. Porém, desta vez, senti algo estranho. Conversei com ela. Estava bem e lúcida. Adormeceu. Por precaução, tirei a pressão dela, estava 14:8. Medi febre: normal. Peguei o oxímetro; marcava 92 de saturação e 85BPM. Tudo normal”, recordou.

Minutos depois, Daniel fez uma nova checagem, mas a saturação havia diminuído para 85. Com isso, ele chamou a ambulância e acompanhou Isabela até o pronto-socorro.  “Oxigênio e massagem cardíaca… Mesmo assim, chegou no PS com parada. Tentaram reanimá-la por 45 minutos. Sem êxito. Perdi meu amigo [referindo-se ao filho] e agora minha parceira. A guerreira que sempre esteve ao meu lado. Como prosseguir? Ainda não sei. Vou tentar honrar meus compromissos e manter a mente ocupada… Mas agora, mais do que nunca, preciso de suas orações e também do ‘colo’… de Deus e de vocês… Me sinto sozinho. A casa está silenciosa… Não tenho mais com quem comentar os programas de TV… Perder um filho é um pesadelo. Perder também a esposa é como o pior dos pesadelos. Conto com suas preces. Seu apoio. Compreensão, joelhos dobrados, mãos estendidas e que continuem nos ajudando a espalhar a mensagem do céu. Este soldado que vos escreve está muito ferido, abatido. Mas, ainda não derrotado”, concluiu.

SUICÍDIO DO FILHO

Em dezembro de 2018, Daniel também compartilhou na rede social a notícia do suicídio de seu filho, após meses de luta contra a depressão. O adolescente de 15 anos tirou a própria vida em uma plataforma de trem no 22 de dezembro. O autor de livros vinha compartilhando em seu canal no YouTube detalhes da luta que ele e sua mulher enfrentavam para ajudar o filho, que já havia tentado o suicídio anteriormente.

“A ordem natural da vida se alterou! Nenhum pai ou mãe gostaria de passar por isso, nunca! Não há palavras para mensurar a dor de todos neste momento. Fizemos tudo que podíamos. Mas, nosso Mikhael foi morar na Jerusalém Celestial, na Morada Eterna, onde não há mais dor e nem sofrimentos. E um dia estaremos juntos! Te amaremos para sempre 15/02/2003 – 22/12/2018”, escreveu.

O adolescente vinha sendo acompanhado profissionalmente e tomando antidepressivo, e já havia ficado internado em uma clínica durante 22 dias. No dia 25 de setembro, Daniel usou seu canal para compartilhar detalhes da luta e disse que ele e a mulher também estavam sob medicação para suportar a fase e que todos eles precisavam de orações. Daniel contou que na manhã do dia 22 de dezembro, não viu o filho ao acordar e notou que o adolescente havia saído sem documentos e sem o celular. Preocupado, o escritor saiu à procura do filho sem falar nada à mulher. Em contato com parentes, saiu atrás do filho com ajuda de familiares em uma área de mata existente próximo à sua casa, mas não o acharam.

Horas depois, usando o Facebook de Mikhael, Daniel informou o desaparecimento do filho e pediu informações aos amigos dele. Um irmão que é policial ajudou o escritor a registrar um boletim de ocorrência e da delegacia foram a um hospital onde havia o relato de uma pessoa que havia sido atendida no setor de psiquiatria por ter testemunhado um suicídio horas antes na plataforma de uma estação de trem.

De lá, eles partiram para o Instituto Médico Legal (IML), onde Daniel reconheceu o corpo do filho. Chocado, o escritor contou que desejou cremar o corpo do menino para livrar-se logo da dor, mas não foi possível porque em casos de suicídio o sepultamento é obrigatório. O corpo do adolescente foi colocado em caixão lacrado e enterrado no dia 23 de dezembro.

Fonte:https://revistaquem.globo.com/

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