O jornalista Jeff Benício, do Blog Sala de TV, do Portal Terra, escreveu um artigo expondo a dificuldade da Rede Globo de atrair a atenção dos evangélicos nos últimos anos, sem sucesso.
O especialista em TV diz que enquanto a relação da emissora carioca com a Igreja Católica é positiva e dura mais de 55 anos (com a transmissão da Santa Missa), com os evangélicos a relação está cada vez mais frágil.
Em uma tentativa de superar as diferenças e atrair os evangélicos, a Globo tem adotado medidas como a inclusão de uma protagonista evangélica na novela ‘Vai na Fé’, a presença de cantores gospel em programas como o ‘Domingão com Huck’ e a criação da categoria ‘Música Cristã’ no Prêmio Multishow.
No entanto, conquistar a audiência evangélica não se mostra uma tarefa fácil. Parte das igrejas proíbe a presença de aparelhos de TV em casa, autorizando apenas a sintonização em emissoras e programas religiosos. Além disso, uma considerável parcela dos fiéis critica a grade da Globo, alegando imoralidade e desvio dos princípios cristãos.
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, expressou sua visão à revista ‘Veja’, afirmando: “Quando é que a Globo não debochou, não ridicularizou, não fez alguma coisa de forma a denegrir a imagem dos evangélicos?”
No âmbito ideológico, como pontua o jornalista, a emissora tem adotado uma postura progressista, especialmente ao apoiar causas LGBT+ e abordar a autonomia da mulher em relação ao próprio corpo, como evidenciado na série sobre prazer sexual no “Fantástico”.
Os esforços da Rede Globo tem um grande motivo: atualmente, o Brasil conta com 70 milhões de evangélicos, representando quase 30% da população. Projeções indicam que, até 2032, esse grupo ultrapassará o número de católicos no país. Diante disso, o mercado publicitário e seus anunciantes, cientes da relevância desse público conservador, poderão buscar uma aproximação.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes