Bíblia americana sobre a bandeira da China / Foto:
Reprodução
ESTADOS UNIDOS – As editoras cristãs americanas comemoram a
retirada das taxas de importação de produtos chineses que afetariam o trabalho
realizado por organizações religiosas e missionárias.
A guerra comercial entre EUA e China afetariam diretamente a
impressão de Bíblias, que estava ameaçada de tornar-se muito cara para o
consumidor com a sobretaxa de 10% imposta por Trump no início de agosto.
A China é a maior produtora de Bíblias do mundo, motivo que
fez os publicadores cristãos nos EUA alertarem para o fato de que o aumento das
tarifas teria feito com que algumas traduções se tornariam caras demais para
serem produzidas.
Por exemplo, a Convenção Batista do Sul gasta 31% de seus
custos totais de impressão na China. A Biblica, Sociedade Bíblica
Internacional, é uma organização cristã que distribui Bíblias para pessoas em
55 países.
A China representa 72% do investimento do grupo na
publicação da Bíblia, de acordo com o presidente e CEO da Biblica, Geof Morin.
Segundo os editores cristãos, além de ter o custo aumentado,
haveria a redução de Bíblias, o que afetaria a evangelização. Uma tarifa
bíblica “afetaria dramaticamente o número de Bíblias que podemos imprimir e
distribuir, impactando a liberdade religiosa de indivíduos em países onde o
acesso à Bíblia é limitado e muitas vezes inexistente”, disse Morin.
Sem tarifas – Mark Schoenwald, diretor executivo da HarperCollins Christian Publishing, compareceu ao painel de autoridades da comissão de comércio para defender o caso dos editores. “Acreditamos que a administração não estava ciente do potencial impacto negativo que essas tarifas propostas teriam nas Bíblias e que nunca pretendia impor” um imposto bíblico “a consumidores e organizações religiosas”, disse Schoenwald.
O presidente e CEO da Lifeway Christian Resources, Ben
Mandrell, disse ao Christianity Today que “o anúncio nos deu esperança de que o
governo tenha ouvido nossa preocupação. No entanto, estou preocupado que a
Palavra de Deus seja tomada como refém em uma disputa comercial internacional”.
“Nos últimos meses, fortalecemos nossa determinação de levar Bíblias às pessoas
que precisam delas. Nosso mandato é construído sobre a obediência a Cristo,
independentemente de qualquer proposta de política de Washington”, declarou.
A Bíblia é o livro mais vendido nos EUA, com mais de 5,7
milhões de cópias impressas vendidas em 2018. Esse número não inclui o número
de Bíblias vendidas por editores diretamente às congregações. “Hoje a
administração anunciou a lista de produtos sujeitos às tarifas adicionais de
10%”, afirmou Maria A. Pallante, presidente e CEO da Association of American
Publishers.
“Estamos satisfeitos que a administração não incluiu Bíblias
e outros livros religiosos na primeira lista de produtos a serem sujeitos às
tarifas, e atrasou as tarifas sobre livros infantis até 15 de dezembro”,
acrescentou.
O aumento de 10% em outros US$ 300 bilhões em outros
produtos chineses entrará em vigor em 1º de setembro.
*Com informações de CBN News