Nesta quinta-feira (11), bispos católicos africanos expressaram desaprovação em relação à recente decisão do Vaticano de permitir bênçãos a casais homoafetivos, considerando-a “inadequada” no contexto cultural do continente africano.
A homossexualidade permanece ilegal em diversos países africanos, sendo frequentemente reprimida, em muitos casos. A Santa Sé, com a aprovação do Papa Francisco no mês passado, autorizou a bênção de casais considerados “irregulares” pela Igreja, incluindo divorciados e pessoas do mesmo sexo, desde que essas bênçãos fossem realizadas fora dos rituais litúrgicos.
A medida gerou rejeição por parte dos bispos, especialmente da África, levando o Vaticano a esclarecer que tal aprovação não implicava em mudanças na doutrina e enfatizando a importância da “prudência” em determinados países.
O Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam) também se pronunciou nesta quinta, em um comunicado emitido em Acra, capital do Gana. O comunicado destacou que “a doutrina da Igreja sobre o casamento cristão e a sexualidade permanece inalterada”. Os bispos africanos explicam que a bênção de uniões homossexuais ou casais do mesmo sexo pode causar confusão e estaria em contradição direta com o ethos cultural das comunidades.
Desde sua eleição em 2013, o Papa Francisco, de 87 anos, tem buscado abrir as portas da Igreja a todos os fiéis, incluindo a comunidade LGTBQIAP+, apesar da resistência de setores mais conservadores dentro da Igreja Católica.
Exibir Gospel / Leiliane Lopes