Flordelis, pastora, cantora e deputada federal. (Foto:
Reprodução)
Em entrevista veiculada na noite deste domingo, 22, pelo
programa Fantástico, da TV Globo, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) afirmou
que foi vítima de uma tentativa de extorsão cometida por um suposto advogado e
um policial não-identificado da DH da Capital (Delegacia de Homicídios da
Capital, órgão da Polícia Civil do Rio).
O episódio estaria vinculado às investigações do homicídio
do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar.
A deputada prestou depoimento no final de agosto à PF
(Polícia Federal) e apresentou gravações dos telefonemas que teria recebido. Em
uma das gravações, o suposto policial afirma o seguinte: “Eu vou falar
português claro para a senhora. A nossa intenção é o dinheiro”.
Na narrativa apresentada pela deputada, o policial e o advogado
afirmavam que dispunham de informações sobre a investigação do caso e queriam
vendê-las em troca de dinheiro. O suposto agente disse ainda que teria como
influenciar a apuração do homicídio, que é realizada pela DH de Niterói.
Os telefonemas foram realizados dois meses depois do
assassinato do marido de Flordelis, o pastor Anderson do Carmo, 42. Ele foi
morto a tiros em sua própria casa na madrugada de 16 de junho em Pendotiba,
Niterói, região metropolitana do Rio.
Ainda durante a entrevista ao Fantástico, a deputada federal
apresentou uma carta que teria sido escrita pelo filho adotivo Lucas de Souza,
18; Ele e o irmão e Flávio Rodrigues, 38, estão presos pelo homicídio.
No documento, que teria sido entregue pela mulher de um
preso, Lucas apontou um outro irmão, o vereador Misael da Floderlis (MDB), como
mandante do assassinato. Misael nega e afirma que a mãe quer criar confusão no
inquérito. Ele diz acreditar que a deputada seja a autora intelectual do crime.
Na noite de sábado, Lucas se recusou a participar da
reconstituição feita pela Polícia Civil do Rio. A investigação, cuja 1ª fase
foi concluída, conta com dezenas de depoimentos do clã Flordelis. Ao menos
quatro dos 54 filhos do casal (a maioria deles adotivos) apontam suspeitas de
envolvimento da parlamentar no crime. Há relatos de suposto envenenamento do
pastor e de disputas por dinheiro.
Tanto a Polícia Civil quanto o MP-RJ (Ministério Público do
Rio de Janeiro) não têm dúvidas de que mais de seis tiros foram disparados
contra o pastor —o corpo dele tinha mais de 30 perfurações— e de que há mais
pessoas envolvidas no crime além dos dois filhos já detidos. As investigações
buscam agora entender a motivação do crime.
*Fonte: UOL