O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, tem recebido apoio de diferentes setores evangélicos desde que seu nome foi incluído em um inquérito da Polícia Federal. A investigação apura suposta obstrução no processo sobre a tentativa de golpe de Estado e envolve ainda o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo.
O Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb) divulgou nota classificando a medida como “imprópria e injusta”. A entidade disse que não se pode aceitar “perseguição que ultrapassa o âmbito político e atinge também a esfera religiosa”.
A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) também se posicionou. Em comunicado, destacou riscos ao devido processo legal e à liberdade de expressão. Entre os pontos levantados estão o vazamento de informações à imprensa antes da comunicação formal à defesa e o efeito inibidor que a investigação pode gerar no debate democrático.
As Frentes Parlamentares Evangélicas no Congresso e no Senado declararam que acompanharão o caso com “atenção e preocupação”. Para os parlamentares, é preciso garantir imparcialidade e respeito às garantias constitucionais em qualquer processo.
Além das entidades, líderes evangélicos também se manifestaram. O pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, afirmou que “quando criticar o poder começa a se tornar crime, a democracia perde o rumo”. Já o movimento Parlatório de Líderes Cristãos reuniu dezenas de pastores em uma nota que defende Malafaia como uma “voz profética para o nosso tempo”.
Malafaia é investigado por coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ele nega envolvimento e disse que não foi informado oficialmente sobre o inquérito.
Além dos apoios nacionais, o caso já repercute fora do Brasil. Líderes cristãos próximos a Donald Trump, como o reverendo Samuel Rodriguez, foram notificados sobre a investigação, e a expectativa é que manifestações de solidariedade também venham do cenário internacional.
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