Trabalho de detecção de vírus no Congo / Foto:
Reprodução/Reuters
CONGO – Com a ajuda da organização cristã sem fins
lucrativos World Relief, 300 igrejas se uniram para combater o surto causado
pelo vírus Ebola na República Democrática do Congo.
O diretor de ajuda humanitária e resposta a desastres da
World Relief, Charles Franzen, disse em entrevista ao Christian Post que o
trabalho conjunto no Congo é para conscientizar sobre o perigo do vírus
altamente infeccioso. “Através de sermões e treinamento com conselhos de
liderança e comitês nas igrejas, as mensagens sobre o Ebola estão sendo
espalhadas pelas congregações”, explicou Franzen.
As igrejas estão localizadas em Kivu do Norte, no território
de Djugu e na província de Ituri, onde a situação é pior. Franzen disse que
quase 1.800 pessoas morreram na área que tem mais de 2.500 infectados. “O
principal problema em parar a doença é que a equipe médica precisa ser capaz de
rastrear cada contato que uma pessoa infectada teve durante o período
infeccioso”, disse ele.
As pessoas que estiveram em contato com a doença são
colocadas em quarentena até que o perigo termine ou elas comecem a apresentar
sintomas, e nesse caso elas são tratadas.
Mas o difícil não é só encontrar todas essas pessoas, as
equipes de ajuda humanitária também enfrentam interrupções entre facções e
tribos na região. “Não é fácil para nós rastrear todos os contatos conhecidos
de uma pessoa infectada ‘por trás das linhas’, por assim dizer, porque o perigo
de se tornar uma vítima é muito grande”, explicou Franzen.
Muitos médicos foram espancados e outros foram mortos.
Alguns centros de Ebola foram saqueados e destruídos por pessoas locais que
acreditam que o vírus é uma invenção do Ocidente, e que tudo isso é apenas
falsidade que está sendo usada e perpetuada por pessoas inescrupulosas para
ganhar dinheiro com as potências ocidentais e ONGs”, disse o diretor da World
Relief.
Surto desenfreado – O surto de Ebola tornou-se desenfreado na República Democrática do Congo, com a declaração de epidemia feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que se tornou uma emergência de saúde pública oficial de preocupação internacional.
Em um comunicado de imprensa, o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus,
diretor geral da OMS, disse: “É hora de o mundo tomar conhecimento e redobrar
nossos esforços. Precisamos trabalhar juntos em solidariedade com a RDC para
acabar com este surto e construir um sistema de saúde melhor”.
A Samaritan’s Purse também aumentou a ajuda para a RDC,
estabelecendo um centro de tratamento com 18 leitos em Komanda, na parte
nordeste do país. O centro foi levado para a África por avião de carga e mais
de 40 funcionários médicos e não médicos operam dentro dele. Mais de 60 funcionários
congoleses também ajudam. “Quando vejo meus colegas congoleses sofrendo de
Ebola, fico triste, mas me desafia a ajudá-los a se recuperar e a serem fortes
um dia”, disse Sarah Ngaka, uma das autoridades locais.
Franzen incentivou as igrejas de fora do país a apoiar
organizações sem fins lucrativos como a World Relief e a Samaritan’s Purse.
“Uma das melhores maneiras de a igreja combater o Ebola na República
Democrática do Congo é fornecer assistência àqueles que estão prestando
assistência e tratamento, como a World Relief”, declarou Franzen.
Ele disse que a entidade “está trabalhando duro na defesa e
conscientização da doença, combatendo boatos, treinando [voluntários] para
atender casos primários e ajudar na gestão.
Franzen explicou que as igrejas que participam devem ter
estações de lavagem das mãos e a liderança precisa estar empenhada em obter
informações sobre o Ebola, “para ajudar à identificação e resposta pelas
congregações”.
*Com informações de Christian Headlines