O doutor David Mackereth afirma que foi demitido como
assessor de benefícios por causa de suas crenças religiosas / Foto:
Reprodução/Andrew Fox
INGLATERRA – O médico cristão inglês David Mackereth, de 56
anos, perdeu o emprego em um departamento do governo depois que ele se recusou
a se referir a “um homem barbudo de um metro e oitenta” como “madame”. Ele
alega que foi demitido como Assessor de Saúde e Incapacidade no centro de
avaliação da Fiveways em Birmingham, em maio de 2018, por causa de suas crenças
religiosas.
Pai de quatro filhos, o Dr. Mackereth diz que foi
“interrogado” por seu chefe, James Owen: “Se você atende um homem de 1,80 de
altura com barba que quer ser tratado como ‘ela’ e ‘senhora’, você o trataria
assim?” A resposta do médico foi “não”.
O Dr. Mackereth, um evangelista que agora trabalha como
médico de emergência em Shropshire, afirma que seu contrato foi rescindido por
causa de sua recusa em usar pronomes transgêneros. Ele disse ao tribunal que
estava suspenso no mês seguinte após ser “interrogado” por seu chefe, e por se
recusar a chamar “homem de barba de um metro e oitenta de altura” pelo gênero
feminino.
O médico alega que foi dito a ele que era “extremamente
provável” que perderia o emprego, a menos que concordasse em tratar um homem
pelo gênero feminino. Ele argumenta que não foi demitido “por causa de qualquer
preocupação real sobre os direitos e sensibilidades dos indivíduos
transgêneros, mas por causa da minha recusa em fazer uma promessa ideológica
abstrata”.
O médico está agora processando o governo em um tribunal de
trabalho por discriminação com base em sua crença religiosa.
Demissão – A demissão do Dr. Mackereth aconteceu em 25 de
junho de 2018, depois de uma troca de e-mail com o Sr. Owen, em que ele foi
instruído a seguir o “processo como discutido em seu treinamento”.
O e-mail dizia: “Se, no entanto, você não quiser fazer isso,
respeitaremos sua decisão e seu direito de deixar seu contrato”. O Dr.
Mackereth respondeu: “Eu sou um cristão e em boa consciência não posso fazer o
que o Departamento de Trabalho e Pensões (DWP, sigla em ingês) está exigindo de
mim.”
Ele insiste que não renunciou à sua posição e é vítima de
discriminação direta e assédio. Em audiência, o Dr. Mackereth disse que “o
simples fato de um médico poder ser chamado para um interrogatório urgente
sobre suas crenças sobre fluidez de gênero é absurdo e muito sinistro, ainda
mais se resultar em demissão”.
“Se algo assim acontecesse em uma igreja – pessoas sendo
puxadas de um banco, questionadas e depois excomungadas – isso seria visto como
um exemplo ultrajante de intolerância religiosa e fanatismo”, compara.
O DWP argumenta que as opiniões do Dr. Mackereth estão em
violação do regimento Equality Act. A empresa de recrutamento que contratou o
médico, também está sendo processada por discriminação religiosa, embora alegue
que as crenças do médico “não são compatíveis com a dignidade humana”. Em uma
declaração apresentada ao tribunal, o Dr. Mackereth disse: “Eu aprecio que no
clima político atual, algumas pessoas, incluindo algumas das que acreditam que
são transexuais, podem achar minhas crenças ofensivas. Entretanto, em uma
sociedade livre, isso não é uma razão boa o suficiente para censurar minhas
crenças e me coagir a agir de forma contrária à minha consciência”.
O Dr. Mackereth disse que, “além disso, como médico, minha
responsabilidade é sempre agir em boa consciência no melhor interesse dos
pacientes – não adotar várias fantasias, preconceitos ou delírios, para evitar
ofensas a todo custo.”
Pecado – Ainda na audiência, o Dr. Mackereth acrescentou que
sua crença inerente é que o transgenerismo é uma “rebelião contra Deus, que é
tanto sem sentido quanto pecaminosa”.
“Eu estou, é claro, ciente de que há homens ou mulheres que
acreditam ter sido presos em um corpo errado, e eu não questiono a sinceridade
de suas convicções. Um pequeno número dessas pessoas sempre existiu. Até
recentemente, tal crença era considerada pelos médicos como delirante e um
sintoma de um distúrbio médico”, declarou.
“Apenas recentemente o transgenerismo foi reconhecido como
normal e “tais crenças delirantes aceitas pelo seu valor nominal. O que é
responsável por essa mudança é a pressão política, e não a evidência
científica”, afirmou o médico.
O caso legal, que será decidido até a próxima semana, está
sendo apoiado pelo Christian Legal Centre. A executiva-chefe Andrea Williams
descreveu o Dr. Mackereth como “um herói cristão que escolheu sacrificar sua
distinta carreira profissional em vez de comprometer a Bíblia e sua
consciência”.
*Com informações de Telegraph