Proibição teve início na sexta-feira e será válida por 30 dias; exceção será aberta para o Reino Unido. Restrições não se aplicam a quem tem residência permanente nos EUA e a parentes imediatos de cidadãos norte-americanos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (11) que o país vai suspender as viagens de países da Europa aos Estados Unidos por um período de 30 dias, a partir desta sexta-feira. As medidas foram tomadas para tentar conter o novo coronavírus, no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19.
Após o discurso de Trump, o Departamento de Segurança Nacional publicou nota que explica que a medida vale para estrangeiros que estiveram nos 26 países da Zona Schengen nos 14 dias anteriores à tentativa de retorno aos EUA. Assim, o Reino Unido, que tem 460 casos, não entra na medida.
As restrições não se aplicam a quem tem residência permanente nos EUA e a “parentes imediatos” de cidadãos norte-americanos.
Em pronunciamento na TV, Trump disse que os norte-americanos estão “respondendo com grande velocidade e profissionalismo” à crise. O presidente ainda acusou a Europa de não ter tomado as medidas necessárias para evitar o crescimento da pandemia.
Trump comparou a medida à restrição de voos imposta à China e ao Irã no início da crise do novo coronavírus. Segundo ele, a Europa errou ao não fazer o mesmo.
“Tomamos uma atitude para salvar vidas em relação à China, e agora estamos fazendo o mesmo com a Europa”, afirmou.
O Departamento de Estado dos EUA emitiu um aviso aconselhando os cidadãos a reconsiderarem as viagens ao exterior devido ao impacto global do surto de coronavírus e à resposta dos países a ele.
O Departamento de Estado dos EUA também explicou que as medidas não valem para o transporte de mercadorias.
Até a última atualização desta reportagem, havia mais de 1 mil casos de Covid-19 nos EUA. De acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, 36 pessoas morreram no país por causa da doença.
Veja abaixo quais os países incluídos na medida:
- Alemanha
- Áustria
- Bélgica
- Dinamarca
- Eslováquia
- Eslovênia
- Estônia
- Espanha
- Finlândia
- França
- Grécia
- Hungria
- Islândia
- Itália
- Letônia
- Liechtenstein
- Lituânia
- Luxemburgo
- Malta
- Noruega
- Países Baixos
- Polônia
- Portugal
- Suécia
- Suíça
‘Não é crise financeira’
Homem usa máscara ao caminhar perto de sinagoga em New Rochelle, subúrbio de Nova York fechado nesta terça-feira (10) por novo coronavírus — Foto: Eduardo Munoz/Reuters
O presidente também afirmou que a situação não é uma crise financeira, e que tomará ações de emergência — com apoio do Congresso — para providenciar auxílio financeiro para trabalhadores que estejam doentes, em quarentena ou afastados para cuidar de pessoas afetadas pelo coronavírus.
“Isso é apenas um momento temporário que vamos superar como nação e como mundo”, disse.
Trump disse ainda que está instruindo setores do governo que lidam com pequenas empresas a garantir capital e liquidez para aqueles que forem afetados pelo coronavírus, fornecendo empréstimos com pequenos juros.
Ele pediu também ao Congresso que vote a favor de reduções fiscais para ajudar a combater possíveis perdas econômicas causadas pelo vírus.
OMS declara pandemia
OMS declara pandemia de coronavírus — Foto: Fabrice Coffrini/AFP
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Segundo o órgão, o número de pacientes infectados, de mortes e de países atingidos deve aumentar nos próximos dias e semanas.
Apesar disso, os diretores ressaltaram que a declaração não muda as orientações, e que os governos devem manter o foco na contenção da circulação do vírus.
Na prática, o termo pandemia se refere ao momento em que uma doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas. Nesta quarta, o G1 mostrou que cresceu o ritmo de disseminação do vírus e que metade dos países atingidos registraram os primeiros casos de Covid-19 nos últimos dez dias.
Fonte: G1