O grupo extremista Boko Haram atacou vilas e destruiu casas. (Foto: Reprodução)
NIGÉRIA – O grupo jihadista Boko Haram fez uso de pelo menos
203 menores de idade, a maioria meninas, para realizar ataques terroristas
suicidas entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019, revelou relatório da ONU
sobre a Nigéria divulgado na semana passada. “As crianças da Nigéria e países
vizinhos seguiram sofrendo horrendas violações cometidas pelo Boko Haram”,
conforme apontou a representante especial do secretário-geral das Nações Unidas
para a Infância e os Conflitos Armados, Virginia Gamba.
O documento identificou, por um período de quase três anos,
um total de 5.741 violações graves contra crianças, sendo mais comum o
recrutamento (3.061) e o uso posterior em ataques suicidas com explosivos – 146
meninas e 57 meninos.
Ao todo, 1.385 dessas cooptações foram feitas pelo Boko
Haram a partir de sequestros, conforme indica o relatório. Já cerca de 2 mil
crianças foram recrutadas pela Força Tarefa Conjunta Civil, que apoia as forças
de segurança nigerianas.
Além disso, pelo menos 1.133 menores de idade morreram ou
foram mutilados no nordeste da Nigéria, por causa de ataques do Boko Haram,
enquanto outros 280 tiveram o mesmo destino por consequência de ações das
Forças de Segurança local.
Ainda há registro de casos de abuso sexual, prisão de
crianças por suposta ligação delas ou dos pais com o grupo jihadista, ou a
negação de ajuda humanitária.
Na última década, o Boko Haram e a antiga cisão do Estado
Islâmico na província da África Ocidental, mataram mais de 27 mil pessoas e
obrigaram cerca de 3 milhões a deixarem os locais em que viviam, segundo dados
da ONU.
Fonte: EFE